Nos próximos quatro anos, a Companhia Vale do Rio Doce deve criar 60.000 postos de trabalho, sendo 80% deles no Brasil. As novas vagas fazem parte do plano de expansão da empresa, que inclui investimentos totais de 59 bilhões de reais até 2012.

Durante o evento de comemoração dos 35 anos de Melhores e Maiores, que acontece na noite desta segunda-feira (7/7),em São Paulo, o diretor de Sustentabilidade e Relações Institucionais da Vale, Walter Cover, informou que a empresa vai manter sua estratégia de diversificação dos negócios. "Queremos transformar a Vale na maior produtora mundial de níquel, título que hoje é da russa Norilsk", disse Cover. A Vale ocupa o segundo lugar no ranking das maiores produtoras de níquel, posição conquistada com a compra da mineradora canadense Inco, em outubro de 2006.

Quando o assunto é novas aquisições, entretanto, Cover desconversa. "A Vale tem por obrigação avaliar as oportunidades do mercado. Mas, por enquanto, não temos nenhum negócio em andamento." A companhia, porém, já admitiu manter conversas com duas controladas da holding Paranapanema - a Caraíba Metais, produtora de materiais de cobre, como fios e vergalhões, e a Cibrafértil, que fabrica fertilizantes. "Se e quando houver (alguma operação de compra), anunciaremos ao mercado, como sempre fazemos", disse Cover.

Os analistas não vêem muitas vantagens para Vale na aquisição das duas controladas da Paranapanema. A companhia, por sua vez, não comenta a lógica do negócio, ressaltando que está em período de silêncio devido ao lançamento da oferta pública de até 446 milhões de ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Mas Cover destaca que o objetivo da empresa é ampliar ao máximo seu portfólio de produtos. "O carvão, por exemplo, é estratégico para nós. Já estamos investindo em uma mina em Moçambique."

Esse posicionamento pode ser percebido na composição dos resultados da empresa. Em 2005, os metais ferrosos eram responsáveis por 75% da receita da Vale. Hoje, esse percentual está em 47%. O níquel, por sua vez, que tinha participação despresível nos resultados, passou a ser responsável por 23% do faturamento.