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Vale divulga resultado financeiro de 2019, o “ano de Brumadinho”

Estimativas do mercado apontam para uma queda do lucro líquido, que pode se agravar com possibilidade de novas provisões

Brumadinho: rompimento de barragem ocorreu em 25 de janeiro de 2019 e deixou cerca de 270 mortos (Germano Lüders/Exame)

Brumadinho: rompimento de barragem ocorreu em 25 de janeiro de 2019 e deixou cerca de 270 mortos (Germano Lüders/Exame)

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Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2020 às 06h38.

Última atualização em 20 de fevereiro de 2020 às 07h03.

São Paulo — Até onde a tragédia de Brumadinho impactou os resultados da Vale? Pouco mais de um ano depois do maior desastre ambiental da mineração brasileira, a empresa divulga nesta quinta-feira, 20, seu resultado referente ao exercício de 2019, ano marcado pelo acontecimento.

De acordo com analistas, o lucro líquido da companhia pode recuar cerca de 20% no período, principalmente devido aos desdobramentos do rompimento da barragem de Brumadinho.

Após o desastre, algumas operações importantes da Vale foram paralisadas temporariamente em Minas Gerais por ordem da Justiça.

Com isso, os preços do minério de ferro tiveram alta de quase 50% no mercado internacional – dada a importância da companhia na oferta global – e a mineradora acabou apresentando receitas positivas, mesmo com menores volumes: a produção da commodity, que representa mais de 80% dos negócios da companhia, recuou 21% em 2019.

A retração ocorre num momento em que a companhia deveria estar celebrando recordes, diante da subida (ramp-up) de produção na região de Carajás, no Sistema Norte.

No quarto trimestre, espera-se que a Vale reporte 10 bilhões de dólares de receita líquida, ligeira alta de 2% na comparação anual. Já o lucro líquido projetado por analistas é de 3 bilhões de dólares para o último trimestre do ano, sobre 3,7 bilhões de dólares um ano antes.

Agentes do mercado aguardam ainda a possibilidade de algum tipo de provisão adicional para o pagamento de acordos relativos à tragédia de Brumadinho, embora a empresa tenha sinalizado, no terceiro trimestre, que grande parte desse cálculo já tenha sido feita.

A possibilidade de uma nova provisão referente à descaracterização de barragens também não é descartada por analistas do mercado.

O reconhecimento de novas perdas pela mineradora é incerto. O que é provável, segundo EXAME apurou com pessoas ligadas à Vale, é que os impactos do desastre de Brumadinho no caixa da empresa devam continuar ao menos pelos próximos anos.

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