A Companhia Vale do Rio Doce concretizou nesta terça-feira (24/10) a compra da mineradora canadense Inco. A companhia brasileira adquiriu 75,66% da canadense, tornando-se a segunda maior mineradora do mundo, atrás apenas da anglo-australiana BHP Billiton.

A empresa ainda não confirma os valores e condições do negócio, mas o mercado estima que tenham sido pagos pelas 174.623.019 ações ordinárias (que conferem direito a voto) da Inco cerca de 13,2 bilhões de dólares - o equivalente a 86 dólares canadenses por papel. O pagamento deverá ser realizado na próxima quinta-feira, dia 26.

Em comunicado, a Vale prorrogou o prazo para que os acionistas da Inco analisem a oferta de compra até o dia 3 de novembro. Com isso, é possível que o valor da operação suba para cerca de 18 bilhões de dólares, caso a companhia compre 100% das ações.

Também em nota à imprensa, o presidente do conselho de administração da Inco, Scott Hand, mostrou-se satisfeito com o negócio. "A direção da Inco acredita que a união com a Vale representa uma grande oportunidade para criar valor", afirma. "Desejamos ajudar a Vale de todas as formas, para que haja uma integração suave entre as duas companhias, a fim de criar um novo líder mundial da indústria de mineração e metais", prossegue.

Desde maio, quando se iniciaram as negociações para venda da mineradora canadense, seis companhias apresentaram proposta de compra. A companhia brasileira, no entanto, só apresentou sua oferta no dia 11 de agosto. Na ocasião, a Vale competia com outras duas empresas: a canadense Teck Cominco e a americana Phelps Dodge.

No final de agosto, a Teck Cominco desistiu do negócio alegando dificuldades para captação dos recursos a serem empregados na compra e, no dia 5 de setembro, a Inco desfez o acordo que mantinha com a Phelps Dodge no qual recomendava aos acionistas optar pela oferta da americana a menos que a brasileira oferecesse condições mais atraentes. Com isso, a Vale tornou-se a única interessada na aquisição da mineradora canadense.

A Inco é hoje a segunda maior produtora de níquel do mundo e a primeira em reservas. Já a Vale, que não produz níquel, atua com cobre, bauxita, potássio, alumina e alumínio, além de minério de ferro.