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Vale começa a pagar indenizações em Brumadinho

Até 100 mil pessoas podem receber até 1 salário mínimo mensal. Justiça já bloqueou R$ 13,6 bi em recursos da empresa para arcar com prejuízos em barragens

Igreja em Brumadinho: 800 moradores já começaram a receber pagamentos emergenciais da Vale (Adriano Machado/Reuters)

Igreja em Brumadinho: 800 moradores já começaram a receber pagamentos emergenciais da Vale (Adriano Machado/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de março de 2019 às 06h26.

Última atualização em 20 de março de 2019 às 10h39.

A mineradora Vale começa aos poucos a pagar os moradores de Brumadinho (MG) pelos estragos da barragem rompida. Começam a funcionar nesta quarta-feira, 20, dois postos de atendimento para que moradores impactados pelo desastre possam se registrar para receber indenização emergencial da empresa, conforme pagamento acordado entre a Vale e Ministérios Públicos, Defensorias e Advocacias de Minas e da União.

A empresa iniciou nesta semana os pagamentos emergenciais a 800 moradores das regiões do Parque da Cachoeira e Córrego do Feijão, áreas mais afetadas pela tragédia do último dia 25 de janeiro.

Por ora, nas indenizações de emergência, cada adulto receberá por um ano o valor de um salário mínimo mensal (com pagamentos menores para adolescentes e crianças), além do pagamento de uma cesta básica no valor de 405,40 reais para cada núcleo familiar. Até 100 mil pessoas que moram em Brumadinho e na área afetada ao longo do Rio Paraopeba podem receber indenização. As indenizações aos familiares das 300 vítimas fatais ainda não foram definidas e esperam o término das buscas em Brumadinho.

Até agora, a Justiça já bloqueou 13,6 bilhões de reais em recursos da Vale para arcar com prejuízos em barragens — não só em Brumadinho, mas também em outras áreas de barragem que foram evacuadas em Minas Gerais como prevenção a potenciais acidentes. Em decisão judicial informada na terça-feira, 19, a Justiça autorizou a retomada das atividades no complexo Brucutu, o maior de Minas Gerais.

O começo do pagamento das indenizações e as novas decisões judiciais vêm na mesma semana em que a CPI de Brumadinho no Senado estabeleceu um plano de trabalho e convocou conselheiros e ex-diretores a prestar esclarecimentos. A comissão ouviria nesta quinta-feira, 21, o ex-presidente da Vale, Fabio Schvartsman, mas o executivo apresentou atestado médico e a audiência foi adiada para a próxima semana.

Apesar dos imbróglios, uma alta no preço do minério de ferro e a liberação de Brucutu fizeram as ações da Vale subirem 2,85% nesta terça-feira. Relatórios de analistas mostram que a demanda por minério continuará constante, o que pode favorecer a Vale nos próximos meses, apesar do péssimo momento institucional. Como mostrou reportagem de capa da última edição de EXAME, a Vale tem um longo caminho de reformas internas para que novas tragédias como a de Brumadinho não se repitam.

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