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Usiminas segue sem saber quando retomará produção plena em Ipatinga

As ações da empresa fecharam em queda de 7,27 por cento na sexta-feira, tendo despencado quase 11 por cento no pior momento

Unidade da Usiminas em Ipatinga, Minas Gerais (Divulgação/Divulgação)

Unidade da Usiminas em Ipatinga, Minas Gerais (Divulgação/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 11 de agosto de 2018 às 12h38.

Última atualização em 11 de agosto de 2018 às 12h39.

São Paulo - A Usiminas afirmou neste sábado que ainda não tem previsão sobre quando retomará plena produção na usina siderúrgica de Ipatinga (MG), após uma forte explosão ocorrida em de seus equipamentos na sexta-feira, que deixou 34 feridos.

"A empresa prossegue com o plano de retomada gradual das operações, com a máxima segurança. Algumas áreas sem conexão com o setor afetado pela ocorrência, como Despacho, Laminação a Frio e Unigal (galvanização), estão reiniciando suas atividades. Até o momento, a empresa ainda não tem previsão de quando retornará a plena produção", afirmou a companhia em comunicado à imprensa.

Na véspera, um gasômetro, grande tanque que armazena gases gerados pelo processo de produção de aço, explodiu por volta das 12h. A força da explosão, que pode ser vista a quilômetros de distância, causou pânico em Ipatinga, cidade que tem a Usiminas como principal empregadora.

A usina em Ipatinga era a única da companhia a continuar produzindo aço bruto. A unidade em Cubatão (SP) parou de produzir a liga no início de 2016 em meio ao fraco crescimento da economia.

A central siderúrgica de Ipatinga emprega cerca de 6.500 trabalhadores diretos e já tinha passado por uma fatalidade na quarta-feira, quando um funcionário terceirizado morreu prestando serviços de manutenção em equipamento na área de aciaria da usina.

A usina de Ipatinga está em operação desde a década de 1960. O complexo tem três alto-fornos, dos quais o número 1 foi reativado em abril deste ano após ficar parado desde 2015 em meio à queda na demanda brasileira por aço.

O incidente de sexta-feira ocorreu em um momento em que a Usiminas discute um plano estratégico de longo prazo, após vários anos de uma intensa disputa entre os sócios Ternium e Nippon Steel pelo controle do dia a dia das operações da companhia.

Na pauta estão discussões que vão desde pesados investimentos para garantir continuidade de operações de mineração, instalação de uma nova linha de galvanização na unidade e o tipo de reforma que a empresa terá de fazer no alto-forno 3, o maior da unidade, com capacidade para 3 milhões de toneladas de ferro gusa por ano.

O equipamento está perto de atingir 20 anos de operação, prazo em que precisa passar por uma reforma geral que costuma exigir investimentos de "centenas de milhões de reais", disse no final de julho à Reuters o presidente da Usiminas, Sergio Leite. Na ocasião, o executivo afirmou que o equipamento passará por uma reforma em 2021, mas a empresa ainda não decidiu se os trabalhos envolverão uma remodelação completa do forno.

Também na época, Leite afirmou que Cubatão não voltaria a produzir aço antes de 2021 e que quando esse prazo chegar a empresa ainda fará uma análise sobre se a demanda por aço gerada pela economia será suficiente para a retomada.

As ações da Usiminas fecharam em queda de 7,27 por cento na sexta-feira, tendo despencado quase 11 por cento no pior momento, logo após as primeiras notícias sobre a explosão em Ipatinga.

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