Negócios

Usiminas quer vender unidade de mineração em 2019

Operação deverá decolar após o desfecho das eleições presidenciais no Brasil

Usina da Usiminas: empresa contratou o BTG Pactual como assessor e já interage com potenciais interessados (Alexandre Mota/Reuters)

Usina da Usiminas: empresa contratou o BTG Pactual como assessor e já interage com potenciais interessados (Alexandre Mota/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de outubro de 2018 às 17h51.

São Paulo - A venda da fatia da Usiminas na Musa, sua unidade de mineração, deverá decolar após o desfecho das eleições presidenciais no Brasil. Segundo o presidente da siderúrgica, Sérgio Leite, a expectativa é de que o processo seja finalizado no primeiro semestre de 2019. A empresa contratou o BTG Pactual como assessor e já interage com potenciais interessados. A japonesa Sumitomo, que já detém 30% da Musa, é apontada como forte candidata a ampliar a participação na companhia.

"Há uma preocupação, fora do Brasil, sobre questões políticas e econômicas, e esperamos conseguir concluir a operação com maior clareza sobre o futuro do Brasil e com um ambiente mais favorável da economia, para o destravar os negócios", disse o presidente da Usiminas, ao Estadão/Broadcast, lembrando que a Usiminas quer focar exclusivamente na produção de aço.

O executivo afirmou que o interesse é vender toda a fatia na mineradora. Se decidisse manter a operação, a siderúrgica teria de tomar a decisão de aumentar a capacidade da mina. A previsão é de que a capacidade de produção de minério de ferro da companhia irá se esgotar entre 2024 e 2025 e uma atitude sobre novos investimentos teria de ser tomada até 2020. O projeto Compactos, há anos na mesa da companhia, prevê elevar a capacidade da empresa para 29 milhões de toneladas.

O presidente da Usiminas disse esperar que o próximo governo priorize a área industrial. "Nossa expectativa é de que a indústria possa ser protagonista do desenvolvimento. Ela já representou 25% no PIB brasileiro e hoje representa 10%. Não existe uma grande economia sem indústria forte", afirmou Leite. O executivo também preside o Instituto Aço Brasil (IABr), que declarou apoio ao candidato Jair Bolsonaro (PSL).

Hoje, a Usiminas tem elevada capacidade ociosa e espaço para atender o mercado por um período de elevado crescimento econômico sem precisar investir. "Com nossa capacidade ociosa podemos dobrar o volume produzido hoje", disse.

A Usiminas superou recentemente uma longa disputa entre seus principais acionistas - a ítalo-argentina Ternium/Techint e a japonesa Nippon Steel. A briga, que se estendeu por anos e envolveu troca de acusações, contribuiu para desestabilizar o negócio em meio à crise econômica brasileira.

Hoje, a Usiminas tem alguns projetos em sua pauta estratégica, mas nenhuma decisão deverá ser tomada no curto prazo. Entre os aportes no horizonte estão a reforma do alto-forno 3 da usina em Ipatinga (MG), a reativação da atividade primária em Cubatão (SP) e a instalação de uma nova linha de galvanização na sede mineira.

Resultado

O lucro atribuível aos acionistas da Usiminas no terceiro trimestre, de R$ 263,9 milhões, veio 58% acima da média das estimativas de seis instituições financeiras consultadas pelo Prévias Broadcast (Bradesco BBI, Itaú BBA, JPMorgan, Morgan Stanley, Santander e XP Investimentos).

A geração de caixa, medida pelo Ebitda ajustado - lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização - atingiu a marca de R$ 703 milhões, ficando 10% acima das expectativas médias do mercado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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