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Usiminas espera desaceleração em demanda de aço do Brasil no 2º semestre

Empresa divulgou prejuízo líquido de 19 milhões de reais no segundo trimestre, impactada em parte pelos efeitos da greve dos caminhoneiros

Usiminas: empresa divulgou mais cedo prejuízo líquido de 19 milhões de reais no 2º trimestre (Alexandre Mota/Reuters)

Usiminas: empresa divulgou mais cedo prejuízo líquido de 19 milhões de reais no 2º trimestre (Alexandre Mota/Reuters)

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Reuters

Publicado em 27 de julho de 2018 às 14h47.

Última atualização em 27 de julho de 2018 às 15h15.

São Paulo - A Usiminas prevê aumento menor na demanda por aço no Brasil no segundo semestre frente à primeira metade do ano, diante de expectativas de desaceleração dos principais setores consumidores, veículos, construção e eletrodomésticos, afirmaram executivos da companhia nesta sexta-feira.

"No segundo semestre vamos ter um crescimento mais baixo que no primeiro semestre...Mercado viveu dinâmica muito positiva nos primeiros cinco meses, crescendo 11 por cento, mas nos últimos meses isso caiu um pouco", disse o vice-presidente comercial da Usiminas, Miguel Homes, em teleconferência com analistas.

"Esperamos um crescimento no consumo de aço de 5 por cento este ano no Brasil", acrescentou.

A empresa divulgou mais cedo prejuízo líquido de 19 milhões de reais no segundo trimestre, impactada em parte pelos efeitos da greve dos caminhoneiros, que fez a Usiminas ter dificuldades em despachar produtos a clientes.

A companhia espera que os pedidos que deixaram de ser entregues de abril a junho sejam enviados agora no terceiro trimestre, quando também deve aproveitar para elevar os preços de aço vendido a distribuidores em cerca de 10 por cento.

Nesta semana, fonte do setor afirmou à Reuters que a rival CSN estava comunicando clientes sobre entrada em vigor de reajuste de cerca de 10 por cento a partir desta sexta-feira, algo que seria acompanhando por Usiminas e ArcelorMittal, que não comentaram o assunto.

Homes não precisou quando a Usiminas vai elevar seus preços aos distribuidores, mas disse que também está negociando aumentos com clientes industriais e com montadoras de veículos.

A Usiminas investiu no primeiro semestre 132 milhões de reais, mais que o dobro que os 57 milhões de um ano antes. O diretor financeiro da companhia, Alberto Ono, afirmou que a empresa mantém meta de investir cerca de 500 milhões de reais neste ano, mas não deu detalhes sobre onde os 368 milhões restantes da cifra serão aplicados.

O presidente da empresa, Sergio Leite, disse que a Usiminas segue analisando a retomada de alto-forno de Cubatão, parado desde o início de 2016 por ausência de demanda no país. Porém, ele disse que "nada será feito" antes de 2021. "E em 2021 isso dependerá da economia", acrescentou.

Leite também comentou que a empresa está analisando uma nova linha de galvanização a ser instalada na usina da empresa em Ipatinga (MG), em um investimento que poderia ter mais chance de ser aprovado, uma vez que a empresa opera atualmente com suas três linhas no limite da capacidade.

O executivo, porém, não fez comentários sobre investimentos na área de mineração da Usiminas. Na véspera, em evento do setor siderúrgico, ele disse à Reuters que a Usiminas ainda tem dois anos para se decidir sobre o chamado projeto "compactos", um investimento de grande porte e que está há anos na agenda da empresa. O projeto teria como objetivo elevar a capacidade de produção em Minas Gerais, que hoje produz a commodity por método "friável", de mais fácil extração que o minério "compacto", que precisa de perfuração e detonações de rocha.

Já Ono, ao ser questionado por analista se a área de mineração da Usiminas é "estratégica" ou poderia ser alvo de venda, respondeu que "todos os nossos ativos (da empresa) estão sob constante avaliação".

Sobre o mercado de exportação de aço, os executivos afirmaram que a Usiminas ainda não sentiu reduções de volumes da Argentina, um de seus principais mercados externos, apesar da forte desaceleração na venda de veículos do país após medidas do governo para lidar com forte desvalorização do peso. Para a Europa, a expectativa é de retomada das vendas no terceiro trimestre, após incertezas sobre medidas retaliatórias do continente contra tarifas dos Estados Unidos serem dissipadas.

"Na Europa tivemos dois meses de muita incerteza sobre as medidas de salvaguarda. Isso foi implementado no final de junho e agora que temos mais claridade sobre as regras de jogo, vamos poder retomar as exportações", afirmou Homes.

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