Unilever suspende previsão de vendas por efeitos pandemia
A empresa ressalta a mudança de hábitos de consumo gerada pelo isolamento social em decorrência do novo coronavírus
Reuters
Publicado em 23 de abril de 2020 às 17h00.
Última atualização em 23 de abril de 2020 às 17h00.
A Unilever suspendeu nesta quinta-feia metas de vendas para este ano e avisou que seu desempenho poderá piorar no trimestre atual, conforme se ajusta a um mundo em que as pessoas consomem mais a partir de suas casas.
A companhia de produtos de consumo disse que foi atingida por mudanças causadas pela pandemia de coronavírus , com mais pessoas evitando ir a restaurantes e optando por fazerem suas próprias refeições em casa.
"As coisas ficarão mais difíceis antes de melhorarem", disse o presidente-executivo do grupo, Alan Jope, em teleconferência, apontando especificamente para o impacto nas vendas de sorvetes e nos negócios de food service, que atende estabelecimentos como cantinas, restaurantes e cafés.
Por outro lado, a Unilever, afirmou que a preocupação das pessoas com higiene está ampliando as vendas de sabão em pó, desinfetantes para as mãos e outros produtos de limpeza.
A companhia vai priorizar o desenvolvimento de produtos de menor valor agregado, pois espera que as economias de todo o mundo entrem em um período de crescimento lento.
"Estamos nos adaptando aos novos padrões de demanda e nos preparando para mudanças duradouras no comportamento do consumidor, em cada país, à medida que saímos da crise e nos recuperamos", disse Jope.
As vendas da empresa permaneceram estáveis no primeiro trimestre, sustentadas por crescimento nos Estados Unidos e Europa, onde consumidores estocaram produtos de limpeza e de higiene pessoal.
A Unilever suspendeu metas de vendas para o ano, que previam um crescimento perto do pico da faixa de 3% a 5%, dizendo que não pode "avaliar de forma confiável o impacto" do coronavírus.
"A Unilever está se mostrando menos resiliente do que seus pares até agora e a primeira metade do ano continuará fraca com um provável segundo trimestre pior", escreveram analistas do JP Morgan em relatório divulgado nesta quinta-feira.