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UBS se expande no Brasil apesar de cortes em outras unidades

O banco afirmou que acredita em uma boa performance no país sem a necessidade de recorrer a crédito


	Logo do UBS: a Link Investimentos, adquirida pelo banco, será renomeada UBS Corretora
 (Arnd Wiegmann/Reuters)

Logo do UBS: a Link Investimentos, adquirida pelo banco, será renomeada UBS Corretora (Arnd Wiegmann/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2013 às 21h37.

São Paulo - O UBS está expandindo suas operações com mercados de capitais e assessoria no Brasil mesmo enquanto implementa cortes nessas áreas globalmente, e apesar de temores sobre a política econômica do país e da recusa do banco suíço em usar crédito para conquistar negócios.

O UBS completou nesta segunda-feira sua aquisição da Link Investimentos, marcando o início de suas operações completas de banco de investimentos, corretagem e gestão de riquezas na maior economia da América Latina. A Link será renomeada UBS Corretora. Os 170 funcionários da corretora elevarão o quadro de funcionários do UBS no Brasil para 310.

O veterano do mercado financeiro Lywal Salles, que chefiou o retorno do UBS ao Brasil, disse que o banco não vai utilizar capital destinado a empréstimos para conquistar acordos, utilizando em vez disso a força das operações de corretagem da Link para atrair investidores, com foco em ações e assessoria. O UBS deixou o Brasil em 2009 após vender sua unidade ao BTG Pactual por 2,5 bilhões de dólares.

"Acreditamos que ainda podemos ter boa performance no Brasil sem ter que recorrer a crédito para impulsionar nossa atividade -- nossas raízes são ações, assessoria, nossas forças tradicionais".

Alguns dos rivais estrangeiros do UBS têm reduzido suas unidades brasileiras para lidar com três anos de fracos crescimento e performance de mercado, além de crescentes custos e fluxo lento de acordos. O Barclays e o Deutsche Bank diminuíram os quadros de funcionários de suas unidades de pesquisa e vendas e negociações no país à medida que a competição cresceu e os negócios pioraram.

Limitar o crédito no Brasil vai ajudar o UBS a reduzir o risco e a alavancagem após o banco suíço sofrer perdas com negociações de mais de 50 bilhões de dólares após a crise financeira de 2008. A companhia tem reduzido operações com renda fixa e retornado a suas raízes de banco privado com manobras como seu recente lançamento na China de uma unidade local para focar em áreas como gestão de riquezas.


No Brasil, o UBS tem pelo menos três acordos para coordenar ofertas iniciais de ações(IPO, na sigla em inglês). O banco também tem um acordo para uma oferta subsequente, 21 de fusões e aquisições e outros sete compromissos ligados a fusões e aquisições para a divisão de gestão de riquezas, disseram Salles e o presidente-executivo da unidade de corretagem da UBS Corretora, Daniel Mendonça de Barros.

PERSPECTIVA TURVA

A perspectiva para operações de banco de investimento no Brasil permanece turva, com investidores temendo que os esforços do governo para combater a inflação sejam tímidos demais.

Houve três IPOs no Brasil em 2012, frente a 11 em cada um dos dois anos anteriores. Salles disse que a queda se deu pela falta de confiança de investidores de que o governo da presidente Dilma Rousseff está fazendo o suficiente para reduzir a inflação, que está em seu ritmo mais rápido em um ano.

A confiança também pesou sobre o Ibovespa, consequentemente prejudicando IPOs e operações semelhantes. A crescente competição está tornando mais difícil para corretoras lucrarem no Brasil, completou Mendonça de Barros.

"Certamente tem sido visto como uma consequência da confiança, principalmente na bolsa de valores", disse Salles. "Mas as coisas devem melhorar em breve. Há uma lista de companhias na fila para abrir o capital, os catalisadores virão, tenho certeza".

A aquisição da Link pelo UBS surge num momento em que as tarifas caem no sobrecarregado mercado de corretagem brasileiro. Mas o UBS disse que espera que sinergias entre as três unidades ajudem a gerar fluxo de operações suficiente para continuar apoiando o crescimento numa economia que viu a atividade em mercados de capitais perder fôlego ao longo dos últimos três anos.

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