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Trump ameaça impor imposto sobre vendas da Harley-Davidson nos EUA

Empresa decidiu transferir para o exterior em até 18 meses a produção de unidades hoje vendidas à União Europeia

Donald Trump, afirmou na segunda-feira, 25, estar "surpreso" que, "de todas as companhias", a Harley-Davidson seria a primeira a "jogar a toalha" (Scott Olson/Getty Images)
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EFE

Publicado em 26 de junho de 2018 às 09h03.

Última atualização em 26 de junho de 2018 às 11h17.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , ameaçou nesta terça-feira com a imposição de "um grande imposto" sobre as vendas no país da fabricante de motos Harley-Davidson , depois que a companhia anunciou ontem os seus planos de transferir parte da sua produção para fora do território americano.

"A Harley deve saber que não poderá voltar a vender nos Estados Unidos sem pagar um grande imposto!", exclamou Trump no Twitter, em uma postagem na qual acusou a empresa de usar como "desculpa" a imposição de tarifas por parte da União Europeia (UE) para tirar parte da sua produção de solo americano.

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A Harley-Davidson anunciou ontem que planeja transferir parte da sua produção para fora do país por causa das tarifas impostas recentemente pela UE, uma medida que Bruxelas tomou para resistir aos encargos aplicados por Washington.

A companhia com sede em Milwaukee (Wisconsin) explicou em uma apresentação para os acionistas que fabricará fora do país as motocicletas que são vendidas na Europa, com o objetivo de evitar as barreiras tarifárias.

Para Trump, a Harley-Davidson decidiu "no começo do ano" que deslocaria grande parte das operações de sua fábrica em Kansas City (Kansas) para a Tailândia, por isso rotulou de "desculpa" a justificativa da companhia de fazê-lo devido aos encargos europeus.

A fabricante de motos afirmou ontem que aumentar a produção internacional para aliviar a carga tarifária da UE "não é a preferência da companhia, mas representa a única opção sustentável para fazer com que as suas motocicletas sejam acessíveis para os clientes na UE e manter um negócio viável na Europa".

Na conferência com acionistas, a direção da companhia disse que as motocicletas exportadas dos EUA para a UE teriam a partir de agora um custo médio adicional de US$ 2.220, motivo pelo qual decidiu que é mais efetivo fabricá-las fora do país.

Segundo dados da Harley-Davidson, 40 mil pessoas da UE compraram suas motocicletas em 2017, transformando a Europa na segunda fonte de receitas da empresa, atrás apenas dos EUA.

As tarifas impostas pela UE sobre vários produtos fabricados nos EUA, como as motocicletas e o uísque, entraram em vigor em 22 de junho e aumentaram o imposto sobre as Harley-Davidson exportadas "de 6% para até 31%", destacou a empresa.

A UE tornou efetiva essa sanção depois que o governo de Trump decidiu em princípios de junho pôr fim à isenção às tarifas de 25% ao aço e de 10% ao alumínio, que concedeu em primeira instância à UE, ao México e ao Canadá, seus maiores parceiros comerciais.

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