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Tribune Company demite 700 e vai focar em canais de TV

Grupo dono do Chicago Tribune e do Los Angeles Times se prepara para transformar sua unidade de jornais em empresa independente


	Sede do jornal Chicago Tribune: diretor executivo da Tribune Company anunciou 700 demissões e mudança de estratégia
 (Tasos Katopodis / Stringer / Getty Images)

Sede do jornal Chicago Tribune: diretor executivo da Tribune Company anunciou 700 demissões e mudança de estratégia (Tasos Katopodis / Stringer / Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2013 às 10h28.

São Paulo - A Tribune Company, dona dos jornais Chicago Tribune, Los Angeles Times e seis outros, anunciou nesta quinta-feira que demitirá 700 pessoas do braço de publicações. Os cortes serão feitos principalmente no setor administrativo, tentando poupar a produção editorial. Alguns jornalistas, porém, serão afetados, diz reportagem do próprio Chicago Tribune.

De acordo com o jornal, as redações foram avisadas por memorando. Este número representa 6% dos 11.000 empregados do conglomerado.

Os cortes fazem parte da estratégia da companhia de tornar o braço dos jornais impressos em uma empresa independente e focar seus investimentos em televisão. Em julho, a Tribune gastou 2,7 bilhões de dólares na compra de 19 canais locais, ficando com um total de 23 - dois deles nacionais. A separação deve ocorrer oficialmente no dia 1º de Janeiro de 2014.

Além das mudanças organizacionais, o diretor executivo da Tribune, Peter Liguori, afirmou que a nova empresa de jornais irá mudar sua direção estratégica do impresso para o digital.

“Nós teremos que redirecionar parte do nosso capital não só para atender às necessidades atuais dos nossos leitores, mas também para anteciparmos suas futuras necessidades e novos produtos de leitura”, afirmou no comunicado.


Saindo da falência
Os planos de se tornar uma companhia de televisão ficaram claros em janeiro, quando Liguori anunciou que estava aberto a vender jornais para comprar canais. À época, a empresa tinha acabado de sair da falência e passado a ser administrada por diversas empresas de private equity e bancos. Liguori, inclusive, foi eleito pela mesa diretora como diretor executivo porque tinha toda sua carreira construída no ramo das tvs.

Desde o início do processo de falência, iniciado em 2009, a divisão de publicações continua operando no azul, mas no ano passado, a empresa teve sua receita diminuída em 84 milhões de dólares.

A receita com publicidade, tradicionalmente a maior fonte de renda de empresas jornalísticas, caiu 8% nos primeiros nove meses de 2013. Desde 2010, a queda foi de 262 milhões de dólares. A receita de publicidade em meios digitais, porém, cresceu 10% no mesmo período. Os números só corroboram a estratégia de Liguori de, no médio prazo, migrar para o digital.

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