Negócios

Tradição em boas práticas

Dez anos de história. Dez anos mostrando como as empresas cuidam do que têm de mais valioso: sua gente

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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h30.

Sabe as histórias que você lê hoje no Guia e que algumas vezes parecem que as empresas "não estão fazendo mais do que sua obrigação"? Pois não era assim no tempo em que ele foi lançado. Nas próximas páginas, você vai ver, por exemplo, que algumas companhias agora permitem que os funcionários incluam cônjuges do mesmo sexo no plano de saúde. No fim da década de 90, a maioria não autorizava sequer que as mulheres incluíssem os maridos no plano -- só os homens tinham essa prerrogativa.

O lançamento do Guia, em 1997, coincidiu com um estudo feito pela consultoria americana de gestão McKinsey. Muito apropriadamente batizado de Guerra do Talento, o levantamento investigou 77 empresas e ouviu mais de 6 000 executivos. A conclusão? Depois da reengenharia, que colocou muita gente no olho da rua, as empresas tinham praticamente que remar na direção contrária e descobrir como atrair e reter talentos. Pois é nesse cenário de economia mais complexa que exige profissionais altamente capacitados e em que trabalhar até a aposentadoria em uma só empresa se tornou um conceito discutível que nasceu o Guia EXAME-VOCÊ S/A ­ As Melhores Empresas para Você Trabalhar. Não é nenhum exagero dizer que nesses dez anos o Guia mudou a cara das nossas empresas. Aqui, você relembrará alguns fatos da história contemporânea do trabalho no Brasil.

379 empresas foram premiadas em 10 anos
30 em 1997
100 em 2002
50 em 1998
100 em 2003
50 em 1999
150 em 2004
100 em 2000
150 em 2005
100 em 2001
150 em 2006
152 empresas entraram uma única vez

1997 e 1998
A Hay Group, consultoria de recursos humanos e uma das primeiras parceiras de EXAME no Guia (a VOCÊ S/A só seria lançada em abril de 1998), envia um questionário para 4 000 altos executivos de todo o país. O objetivo? Descobrir que empresas, na opinião deles, oferecem as melhores condições de trabalho. As 130 organizações mais citadas são convidadas formalmente a participar da primeira pesquisa, que usa metodologia da consultoria Great Place to Work para captar a percepção dos funcionários. Só 78 aceitam.No ano seguinte, o mesmo levantamento feito pela Hewitt Associates, outra consultoria de RH, convida 800 empresas. Dizem "sim" ao convite 208 companhias.

Quem pode participar?
1997 - Mais de 300 funcionários
1998 - Mais de 200 funcionários
2003 - Mais de 100 funcionários
O que as 50 melhores têm em comum:
• um nome de peso no mercado
• um bom desempenho econômico
• prezam a ética e a transparência
• estão em expansão
• oportunidades de carreira e investimento no desenvolvimento pessoal
• um pacote de remuneração equilibrado entre benefícios e salários

O Guia deixa evidente que a parte intangível da gestão de pessoas, a que não tem absolutamente nada a ver com salário ou benefícios, mas com pequenas atenções no dia-a-dia, é muito valorizada pelos funcionários.

1998 - As 50 melhores empregam 256 701 funcionários. 18 372 são executivos.
Descoberta do ano
Em 70% das 15 empresas mais bem avaliadas,o bônus do principal executivo não está apenas atrelado a resultados, mas também à satisfação do pessoal.

1999
As 50 empregam 233 194 pessoas. Dessas,8 521 são executivos.

Descoberta do ano
O critério que as empresas utilizam para promover as pessoas é um ponto crítico: 60% dos funcionários afirmam não acreditar que as promoções são dadas às pessoas que mais merecem. É o item mais mal avaliado, considerando que, nesse ano, o índice médio de aprovação em todos os quesitos foi de 82%.
A média de horas de treinamento por ano aumenta:
1998
59
1999
68
Nove em cada dez pessoas afirmam que querem continuar no atual emprego por muito tempo.Mas o número começa a cair drasticamente nos anos seguintes:
1999
90
2003
72
Contrariando todas as teorias,o empowerment perde força. Respondem sim à frase "As pessoas aqui têm muita responsabilidade":
1997
90
1998
86
1999
77

2000
O ranking das dez melhores é publicado pela primeira vez. A Fiat leva o título de campeã. Entre as dez melhores da lista, o grau de satisfação dos colaboradores é de 87%.

As 100 empregam 407 677 pessoas. Dessas,13 824 são executivos.

Descoberta do ano
Crescem os investimentos em treinamento.O número de horas por funcionário sai de 59 no primeiro ano do Guia para 81 na virada do século.

Com quatro anos de estrada, o Guia começa a mudar o comportamento das empresas em relação aos funcionários: • A Goodyear passa a permitir que as funcionárias incluam os maridos no plano de saúde. • A Odebrecht, que em 1999 só tinha duas mulheres em cargos de gerência, passa a ter nove diretoras e gerentes.

2001
O número de empresas inscritas cresce para 374, um terço a mais do que em 2000.Na lista das 100 melhores, aparecem 40 novas empresas.

As 100 empregam 325 000 pessoas. Dessas,12 549 são executivos.

Descoberta do ano
Nas 12 empresas que estão em todas as edições do Guia, não é salário nem benefícios que fazem diferença para os funcionários.É a comunicação interna.

As mulheres ocupam 30,3% dos cargos de gerência e de diretoria - mais do que a média nacional, que é de 24%.

2002
A equipe da VOCÊ S/A visita 129 empresas. Isso dá um total de 258 reuniões - duas por empresa, uma com funcionários do nível operacional e outra com gerentes.

As 100 empregam 314 167 pessoas. Dessas,13 292 são executivos

Descoberta do ano
As dez melhores pagam menos do que as outras 90 empresas da lista.Mas têm médias melhores em credibilidade, respeito, imparcialidade, orgulho, camaradagem, comunicação e envolvimento com a comunidade.

Sete em cada dez melhores são da região Sudeste.

2003
Nasce a lista das melhores empresas para a mulher trabalhar. A Natura é a campeã. É aberta uma categoria para empresas com 100 a 199 funcionários. A filial brasileira da Rexam Can, grupo inglês do setor metalúrgico, é a primeira.

As 100 empregam 290 928 pessoas. Dessas,8 697 são executivos.

Descoberta do ano
Contradição à vista! Quatro em cada dez funcionários dizem que qualidade de vida é o principal motivo para que eles permaneçam no emprego. Enquanto isso,o RH das empresas em que essas mesmas pessoas trabalham colocam o desenvolvimento profissional (47%) no primeiro lugar da lista das práticas para reter talentos. A qualidade de vida, para o RH, aparece em terceiro, com 26% dos votos.
Sobe o índice de aprovação para a responsabilidade social da empresa:
2001
73
2003
84
As empresas estão comemorando mais as conquistas da equipe e os funcionários aprovam:
2000
77
2003
82

2004
Nasce a lista das 150 melhores empresas para trabalhar. A rentabilidade do patrimônio delas é de 17,82%; entre as 500 maiores companhias do país, segundo o anuário Melhores e Maiores, da revista EXAME, o índice foi de 11,31%.

As 150 empregam 383 777 pessoas. Dessas,16 374 são executivos.

Descoberta do ano
Oito em cada dez funcionários dizem que os líderes estão cada vez mais acessíveis.Ao mesmo tempo, a segunda pior média do ano está relacionada ao favoritismo: 62 pontos.

O setor farmacêutico se destaca, emplacando 18 empresas na lista.A natureza do trabalho,que melhora a saúde e a qualidade de vida das pessoas,enche de orgulho os funcionários dessas empresas.

2005
Pela primeira vez, as empresas são separadas por tamanho: pequenas (de 100 a 500 funcionários); médias (de 501 a 1 500 funcionários) e grandes (acima de 1 500 funcionários).

As 150 empregam 314 582 pessoas. Dessas,14 191 são executivos.

Descoberta do ano
O excesso de trabalho é a maior queixa das pessoas. Equipes enxutas,poucos chefes, mais projetos e menos prazo impactam a qualidade de vida.

2006
A Fundação Instituto de Administração (FIA), ligada à USP, se torna parceira do Guia.

As 150 empregam 423 363 pessoas. Dessas,63 275 são executivos.

• 121 000 questionários são respondidos.
• Desde 1997, 741 600 pessoas já deram sua opinião sobre a empresa em que trabalham.
• 504 empresas se inscrevem.
• A equipe do Guia visita 100 cidades. Fomos de Barcarena,município que fica a uma hora e meia de Belém, no Pará, a Santo Cristo, no Rio Grande do Sul, quase divisa com a Argentina.
• 267 empresas são visitadas. São 801 horas de conversa. É como se as pessoas ficassem falando mais de um mês inteirinho sem parar.
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