Negócios

Toyota inaugura centro de pesquisa no Brasil, o 1º da AL

Toyota inaugurou no Brasil seu primeiro centro de pesquisas da América Latina e quarto fora do Japão


	Toyota: centro de pesquisa recebeu investimento de R$ 46 milhões
 (Toru Hanai / Reuters)

Toyota: centro de pesquisa recebeu investimento de R$ 46 milhões (Toru Hanai / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2016 às 09h43.

São Paulo - A Toyota inaugurou na segunda-feira, 22, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, o primeiro Centro de Pesquisa Aplicada da marca na América Latina e o quarto no mundo fora do Japão. Só há estruturas desse tipo nos Estados Unidos, Europa e Tailândia.

Com o centro, que recebeu investimento de R$ 46 milhões, a filial brasileira poderá, inicialmente, realizar, sem depender da matriz japonesa, modificações nos carros fabricados no País (o chamado face-lift), criar edições especiais e avaliar novos materiais e a capacidade técnica dos fornecedores de peças.

"No futuro também poderemos desenvolver os carros para a região", diz o presidente da Toyota para a América Latina e Caribe, Steve St. Angelo. Hoje, a maioria dos veículos da Toyota é criada no Japão e, com a alta demanda, muitas vezes há "fila de espera" para projetos voltados a outras regiões.

O primeiro trabalho do centro já está no mercado, o Etios Platinum, com mudanças visuais nas partes dianteira e traseira, foi lançado no início do mês.

Segundo o presidente da Toyota do Brasil, Koji Kondo, as atividades do centro incluem também melhorias nos modelos locais, teste de emissões, análise de matérias-primas e desenvolvimento de acessórios.

"É um grande passo para alcançarmos autossuficiência e para cumprir as regras do Inovar Auto", afirma Kondo, referindo-se ao programa automotivo que incentiva o desenvolvimento de motores mais eficientes e menos poluentes.

A primeira fábrica do grupo no Brasil, inaugurada em 1962 e que hoje produz componentes e abriga a sede administrativa da empresa, foi escolhida para receber o projeto, que reúne áreas de engenharia, regulamentação veicular, qualidade e design.

É o terceiro projeto que a unidade do ABC paulista - que por vários anos produziu o jipe Bandeirante -, recebe após o início do programa chamado de "revitalização da fábrica do ABC".

O primeiro, em 2014, foi a ampliação da área de forjaria (que faz peças para exportação) e o segundo a transferência da sede administrativa de São Paulo. Ao todo, foram gastos até agora nesse programa R$ 65 milhões.

"Sabemos que a economia passa por grandes dificuldades e investir numa hora dessas é um ato de coragem que só pode ser tomado por quem realmente acredita no País", diz Percival Maiante, vice-presidente corporativo da Toyota do Brasil.

Em cerimônia que reuniu executivos do grupo, autoridades do Estado e do município, dirigentes sindicais e trabalhadores de todas as unidades da montadora no País, a Toyota também lançou na segunda-feira, 22, o projeto global "5 Continents Drive".

Consiste em promover uma caravana por seis países da América Latina, comandada por 30 engenheiros, com os modelos da marca vendidos na região. O objetivo é testar os carros em diferentes condições de rodagem.

Os dados colhidos serão base para o aperfeiçoamento dos modelos. Testes similares já foram feitos na Austrália e na América do Norte.

Otimismo

A cerimônia foi marcada por discursos elogiosos à organização e às vitórias do Brasil na Olimpíada do Rio. St. Angelo diz acreditar que o evento esportivo terá boas influências entre os investidores externos a voltarem a acreditar no Brasil.

Entusiasmado e brincalhão, diz que o País precisa falar de coisas boas e parar de falar de coisas ruins. "Declaro que, desde sábado, com a vitória do futebol brasileiro, a recessão acabou".

Enquanto o mercado total registra queda de 24% nas vendas de veículos de janeiro a julho, a Toyota caiu apenas 0,9% em relação a 2015.

Até o fim do ano, espera vender 180 mil unidades, 2% acima do ano anterior. St. Angelo ressalta, contudo, que o grupo opera no prejuízo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasEmpresasEmpresas japonesasMontadorasPesquisa e desenvolvimentoSão Bernardo do Campo (SP)Toyota

Mais de Negócios

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia

"Bar da boiadeira" faz investimento coletivo para abrir novas unidades e faturar R$ 90 milhões

Haier e Hisense lideram boom de exportações chinesas de eletrodomésticos em 2024