Negócios

Tivit divide-se em duas empresas com avanço de digitalização

Empresa criada vai se chamar NeoBPO e ficará com a maior parte dos funcionários da Tivit e 700 milhões de reais em faturamento anual

Laboratório da Tivit: expectativa é que a NeoBPO apresente crescimento anual de faturamento da ordem de 15% após a divisão (Marcelo Almeida/Site Exame)

Laboratório da Tivit: expectativa é que a NeoBPO apresente crescimento anual de faturamento da ordem de 15% após a divisão (Marcelo Almeida/Site Exame)

R

Reuters

Publicado em 23 de novembro de 2016 às 08h37.

São Paulo - A Tivit, uma das três maiores empresas brasileiras de serviços de tecnologia, vai dividir seus negócios a partir do início do próximo ano, tornando independente a área que lida com serviços como atendimento automatizado de clientes, conhecida como BPO.

A nova empresa vai se chamar NeoBPO e ficará com a maior parte dos funcionários da Tivit e 700 milhões de reais em faturamento anual.

A decisão vem em um momento em que cresce a demanda por soluções de tecnologia que aumentem a eficiência de processos de negócios de empresas.

A Tivit, que tem hoje 27 mil funcionários e vendas anuais de cerca de 2,5 bilhões de reais, vai transferir cerca de 20 mil empregados para a NeoBPO, que também será controlada pela empresa britânica de investimentos Apax Partners e o empresário Luiz Mattar.

"Hoje, dentro da Tivit, BPO não é o foco da companhia. O principal foco da Tivit em investimentos sempre foi a área de (de serviços) de tecnologia", disse o diretor-executivo de desenvolvimento corporativo da Tivit, André Frederico, citando serviços como computação em nuvem e centrais de processamento de dados.

"Momentos de retração econômica fazem com que as empresas busquem otimizar suas operações e tecnologia é uma forma importante de se fazer isso", afirmou o executivo em referência à decisão de separação da NeoBPO do restante da Tivit.

"Além disso, a forma de interação entre empresas e clientes tem mudado. As gerações mais novas não querem mais falar com atendentes, estão buscando atendimento mais automatizado", acrescentou Frederico.

Segundo ele, a expectativa é que a NeoBPO apresente crescimento anual de faturamento da ordem de 15 por cento após a divisão. Frederico não informou a expectativa para a Tivit após a separação.

O executivo comentou que a NeoBPO terá duas áreas de negócios, uma voltada a serviços tradicionais como administração de relacionamento de clientes (CRM) e gestão de recebíveis.

A outra será voltada a soluções digitais, com atendimento automatizado de clientes, automação de processos e gestão de mídias sociais.

Um dos setores da economia que mais está investindo em automação de atendimento de clientes é o bancário, que tem apostado em aplicativos e assistentes digitais para solucionar dúvidas e problemas de correntistas.

No domingo, o Banco do Brasil anunciou que planeja economizar cerca de 3 bilhões de reais com cortes de pessoal e agências em favor de oferta de mais intensa de serviços digitais aos clientes.

"Os bancos são um dos mercados que estão adotando isso mais rapidamente. Além dos bancos, o comércio eletrônico também", disse Frederico, sobre serviços BPO, do inglês "business process outsourcing".

Segundo o executivo, a partir de 1o de janeiro Tivit e NeoBPO serão empresas independentes, cada uma como seu plano de negócios. A NeoBPO seguirá usando a infraestrutura computacional da Tivit, mas poderá buscar novos fornecedores no futuro.

A Tivit seguirá com operações em sete países da América Latina, incluindo o Brasil, e uma carteira de 3.500 clientes, dos quais 300 entre as 500 maiores empresas do Brasil.

A expectativa de investimento da Tivit para este ano é de 190 milhões de reais, dos quais 40 milhões foram aplicados na ampliação de capacidade de oferta de serviços de computação em nuvem no Chile, Brasil e Colômbia. Em 2015, a empresa investiu cerca de 150 milhões.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasTivit

Mais de Negócios

45 franquias baratas de alimentação a partir de R$ 6.999 para empreender em 2025

Dono de empresa de água engarrafada é o mais rico da China, com fortuna de R$ 344,99 bi; veja lista

ARTIGO: O que aprender com a Capital Nacional das Startups

Isak Andic, fundador da Mango, morre em acidente na Espanha