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Tesla demite quase toda equipe de carregamento de elétricos em decisão que pode mudar o setor

Empresa forneceu 8% da capacidade de carregamento de carros elétricos no mundo em 2023

Musk decidiu cortar quase uma divisão inteira da empresa como forma de "lição" (Beata Zawrzel/Getty Images)

Musk decidiu cortar quase uma divisão inteira da empresa como forma de "lição" (Beata Zawrzel/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 2 de maio de 2024 às 07h40.

A decisão da Tesla de demitir a maior parte de sua divisão de Supercharger, a ampla rede de estações públicas de carregamento de carros elétricos que praticamente todas as grandes montadoras estão usando nos EUA, chocou a indústria, interrompeu planos e deixou perplexo quem acompanha esse mercado

A montadora de Elon Musk com sede em Austin, Texas, é um grande negócio na indústria de carregamento de veículos elétricos. A empresa forneceu 8% da capacidade de carregamento de carros desse tipo em todo o mundo no ano passado, segundo a Bloomberg.

Segundo o Quartz, numa carta aos executivos seniores na segunda-feira, Musk disse que pediria a demissão de qualquer executivo “que mantenha mais de três pessoas que obviamente não passem no teste de excelente, necessário e confiável”. Rebecca Tinucci, executiva responsável pela divisão de Supercharger, discutiu com Musk e tentou demitir menos trabalhadores do que ele pedia. Em resposta, Musk decidiu demitir quase toda a equipe de 500 trabalhadores da executiva como forma de "lição".

Essa mudança teve repercussões instantâneas.

A Tesla supostamente desistiu de quatro concessões para as próximas estações Supercharger na cidade de Nova York. Representantes de grandes montadoras, incluindo Rivian, que assinaram acordos para adotar os plugues North American Charging Standard (NACS) da Tesla, também perderam com essa nova política de Musk.

Ainda segundo o Quartz, a medida também foi fortemente criticada por especialistas, que enxergam nessa boa infraestrutura de carregamento oferecida pela Tesla como um dos poucos pontos que ainda poderiam levar o público norte-americano a comprar mais carros elétricos.

Musk confirmou na terça-feira que a Tesla continuará a crescer a rede Supercharger, "apenas em um ritmo mais lento para novos locais" e focar 100% na expansão dos pontos em que a montadora já atua. A Bloomberg relata que a Tesla já considerou recontratar alguns dos trabalhadores demitidos para supervisionar a expansão mais lenta.

Grande negócio

A empresa opera 2.479 estações Supercharger com um total de 27.629 portas de carregamento na América do Norte, além de outros 4.817 locais com 11.886 portas de carregamento de veículos elétricos em sua rede, de acordo com o Departamento de Energia dos EUA.

A Tesla estava no caminho certo para ganhar US$ 7,4 bilhões dos US$ 127 bilhões da indústria mundial de carregamento de veículos elétricos até 2070, de acordo com a BloombergNEF. Em uma base global, possui mais de 57.000 Superchargers, que geraram US$ 1,74 bilhão em receitas em 2023. Isso representa cerca de 1,5% da receita total do ano e 17% do segmento “Serviços e Outros” da Tesla.

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