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Tenda prevê alta de até 15% nos lançamentos em 2018

Valor configuraria alta de 20% sobre o registrado no ano passado

Tenda: empresa também espera ter 90% de mão-de-obra própria até o fim de 2018 (Tenda/Divulgação)

Tenda: empresa também espera ter 90% de mão-de-obra própria até o fim de 2018 (Tenda/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 6 de dezembro de 2017 às 10h31.

Última atualização em 6 de dezembro de 2017 às 13h27.

São Paulo - A Tenda espera elevar em 25 por cento os gastos com aquisição de terrenos em 2018, enquanto os lançamentos devem crescer entre 10 e 15 por cento no próximo ano, disseram nesta quarta-feira executivos da construtora de imóveis econômicos.

"Ano que vem devem crescer 25 por cento, sem ultrapassar a marca de 200 milhões de reais", disse Renan Sanches, diretor de controladoria da Tenda, em encontro com analistas e investidores na sede da B3, em São Paulo. O desembolso da companhia com novas áreas neste ano deve ficar em torno de 100 milhões a 130 milhões de reais, enquanto os lançamentos devem chegar a 1,6 bilhão de reais, com crescimento de 20 por cento em relação ao ano passado.

De acordo com Sanches, o aumento dos gastos para expansão do estoque de terrenos não deve comprometer a geração positiva de caixa da empresa, devido aos ganhos de produtividade no repasse dos imóveis.

Para 2018, a construtora espera iniciar operações em uma nova localidade. "Temos duas operações em análise e gostaríamos de escolher uma delas para iniciar já no ano que vem", disse o diretor-presidente da empresa, Rodrigo Osmo. Atualmente, a Tenda opera em seis localidades: Belo Horizonte, São Paulo, Recife, Salvador, Porto Alegre e Curitiba. A operação na capital paranaense foi inaugurada em outubro deste ano.

Osmo informou, ainda, que o processo de contratação de um diretor de finanças está em andamento e a companhia espera anunciar um nome ainda no primeiro trimestre de 2018.

Além disso, o novo plano de remuneração dos executivos está sendo discutido e também deve ser divulgado até março do ano que vem. Entre as métricas mais importantes a serem levadas em consideração, Osmo destacou as despesas gerais e administrativas, geração de caixa, entrega e repasse de unidades e o lucro. "Lançamentos e vendas não vão ser métricas", afirmou.

Minha Casa Minha Vida

A Tenda considera improvável que o governo federal suspenda a faixa 1.5 do programa de habitação popular Minha Casa Minha Vida (MCMV) no ano que vem, mas já vem se preparando para um cenário pior em função do ajuste fiscal, com restrição da disponibilidade de recursos da Caixa Econômica Federal e do FGTS para o financiamento imobiliário.

"A faixa 1.5 é onerosa para o FGTS do ponto de vista de subsídio… Nos preparamos para um cenário em que a faixa 1.5 deixe de existir, embora seja improvável", afirmou o presidente da Tenda. Em 2017, a faixa 1.5 respondeu por cerca de 40 por cento das vendas.

Osmo disse que, caso essa modalidade seja extinta, a Tenda concentrará as operações na faixa 2 do MCMV, o que pode reduzir a velocidade das vendas. "A capacidade de financiamento do cliente é menor e teremos que fazer concessões de preço", disse.

O executivo avalia que a política pública correta seria reduzir a faixa 1, que consome 70 mil a 80 mil reais em subsídios por unidade e atende integralmente a famílias com até dois salarios mínimos, e aumentar a 1.5 ao máximo possível.

"A faixa 1.5 consome só 4 mil reais em subsídio e permitiu ao governo federal atingir famílias de até dois salaries mínimos dentro de regiões metropolitanas", explicou Osmo, acrescentando que os empreendimentos da faixa 1 normalmente se concentram em áreas rurais com pouca infraestrutura e menos acesso.

Caixa econômica federal

Questionado sobre os esforços da Caixa Econômica Federal para adequação ao índice de Basileia e a possível redução do financiamento do banco estatal para as construtoras, ele ressaltou que a Tenda calcula que terá que consumir mais de 200 milhões de reais do próprio caixa, incluindo neste cálculo 70 milhões de reais que a Caixa deixaria de emprestar para a construtora.

Osmo ressaltou que a estratégia de elevar entre 10 e 15 por cento os lançamentos no próximo ano já leva em conta a extinção da faixa 1.5 do MCMV e a escassez de financiamento à produção pela Caixa.

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