Negócios

Telefônica vende cabos submarinos por R$ 460 milhões

A empresa estima que cerca de 40% do conteúdo distribuído no Brasil depende de cabos submarinos para chegar aos internautas


	Telefônica: a aquisição envolve 19 mil quilômetros de dois cabos submarinos da empresa da Telefônica - o SAM1 e o PCCS-, que interligam o Brasil e a Colômbia com os Estados Unidos
 (Getty Images)

Telefônica: a aquisição envolve 19 mil quilômetros de dois cabos submarinos da empresa da Telefônica - o SAM1 e o PCCS-, que interligam o Brasil e a Colômbia com os Estados Unidos (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2015 às 10h38.

São Paulo - A empresa colombiana Internexa vai anunciar nesta terça-feira, 27, a compra de parte dos cabos submarinos da TIWS, empresa do grupo Telefônica, em um negócio avaliado em US$ 120 milhões (ou cerca de R$ 460 milhões no câmbio atual).

Com o investimento, a empresa terá uma capacidade própria de fibra óptica para oferecer às operadoras de telefonia e provedores de internet em conexões internacionais.

Cada vez que alguém acessa, por exemplo, sites estrangeiros e parte do acervo de serviços de transmissão de vídeo como Netflix ou YouTube, os dados devem trafegar até o Brasil por meio de cabos submarinos.

Essas estruturas são controladas por empresas de telefonia ou por companhias como a Internexa, as chamadas "atacadistas da internet", que alugam sua rede para as operadoras.

A empresa estima que cerca de 40% do conteúdo distribuído no Brasil depende de cabos submarinos para chegar aos internautas. Mas, até então, a Internexa não tinha uma estrutura própria e pagava para utilizar a rede de terceiros.

"Agora temos uma conectividade direta com os Estados Unidos e não estaremos mais sujeito a saltos de qualidade no sistema", explica o presidente mundial da Internexa, Genaro Garcia.

A aquisição envolve 19 mil quilômetros de dois cabos submarinos da empresa da Telefônica - o SAM1 e o PCCS-, que interligam o Brasil e a Colômbia com os Estados Unidos.

Além dessa estrutura, a Internexa já tinha 30 mil km de fibra óptica instalado em cabos terrestres - cerca de 6,8 mil km no Brasil. Procurado, o grupo Telefônica não se manifestou.

Infraestrutura

A fibra óptica é um negócio similar a outros do ramo de infraestrutura, em que há um investimento alto no início e retorno de longo prazo.

Essa visão fez a Internexa investir no mercado brasileiro mesmo em meio às incertezas políticas e econômicas atuais, diz Garcia.

"Não somos capital especulativo. Nosso foco é de longo prazo." Segundo ele, a crise "não muda o fato de o Brasil ser o maior país da América Latina", nem o potencial de expansão da internet no País.

De acordo com o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, os cabos submarinos ainda são estratégicos para as empresas de telecomunicação, ao contrário das antenas de telefonia, que foram vendidas pelas empresas para fazer caixa.

"Mas eles exigem investimentos altos. A tendência hoje é compartilhar as estruturas para reduzir o custo", afirmou.

O segmento costuma atrair fundos de investimento interessados em um fluxo de caixa constante e de longo prazo. Um fundo do BTG Pactual comprou em 2013 a Globenet, a empresa de cabos submarinos da Oi, por R$ 1,745 bilhão.

A própria Internexa tem entre os sócios da operação brasileira a IFC, braço de investimentos do Banco Mundial.

Grupo

A Internexa é parte do grupo ISA, um conglomerado com faturamento anual de US$ 2,5 bilhões, presente em 33 países e controlador da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep).

O grupo aproveita a estrutura de transmissão elétrica para instalar cabos de fibra óptica.

Neste ano, a Internexa prevê faturar US$ 150 milhões, cerca de 60% na Colômbia. A companhia está em expansão internacional e entrou no mercado brasileiro em 2012. Um ano depois comprou a Nelson Quintas Filhos (NQF Brasil), que tinha redes de transmissão de dados no Rio.

García diz que a empresa poderá fazer novas aquisições de empresas regionais com redes terrestres de fibra óptica. 

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas abertasEmpresas de internetEmpresas espanholasempresas-de-tecnologiaGoogleNetflixServiçosTelecomunicaçõesTelefônicaYouTube

Mais de Negócios

De hábito diário a objeto de desejo: como a Nespresso transformou o café em luxo com suas cápsulas?

Mesbla, Mappin, Arapuã e Jumbo Eletro: o que aconteceu com as grandes lojas que bombaram nos anos 80

O negócio que ele abriu no início da pandemia com R$ 500 fatura R$ 20 milhões em 2024

10 mensagens de Natal para clientes; veja frases