Telefónica estima crescimento de até 9% em telecomunicações na AL
Brasil, Argentina e México puxam os investimentos da empresa na região, que espera compensar falta de crescimento na Espanha
Da Redação
Publicado em 2 de dezembro de 2010 às 15h03.
Mar del Plata, Argentina - A Telefónica estima que o setor das telecomunicações na América Latina se expande a taxa anual de 9%, uma evolução que compensa a falta de crescimento no mercado espanhol.
"O setor das telecomunicações na América Latina está crescendo a uma taxa anual entre 6% e 9%", disse nesta quinta-feira em entrevista à Agência Efe o presidente da Telefónica América Latina, José María Álvarez Pallete.
Participando do quinto encontro empresarial ibero-americano na cidade argentina de Mar del Plata prévio a 20ª Cúpula Ibero-Americana, o diretor da região vive um momento "inédito" que apresenta grandes possibilidades de crescimento.
"A região tem todo o necessário do ponto de vista da infraestrutura, de talento humano e da atração do capital internacional para que a inovação seja um fator diferenciador. Há muitos fatores que fazem com que este seja um momento único para a região em acumulação de capital e em investimento no setor de telecomunicações e de comunicação", sustentou.
Segundo Álvarez Pallete, para Telefónica a "Espanha já não é o maior mercado" por isso que as consequências da crise global são compensadas por enquanto pela expansão em outras regiões, como a América Latina, onde a companhia tem uma posição de liderança.
Na região, o Brasil é um dos mercados mais atraentes já que, garantiu o diretor, "vai seguir crescendo, especialmente no setor dos dados móveis".
"É um mercado extremamente atraente porque o crescimento está dividido nas diferentes camadas sociais já que há muita gente que está obtendo produtos de consumo aos quais antes não tinha acesso", apontou.
México, apesar ter sido afetado pela crise global, "é um mercado que está crescendo bem e é um país que está fazendo as coisas de forma boa", acrescentou.
Outro mercado forte é a Argentina, admitiu, onde cresceu significativamente a penetração da telefonia celular, com mais aparelhos do que habitantes.
No entanto, o diretor opinou que "medir o crescimento do setor das telecomunicações pelo número de celulares por pessoa vai ficar obsoleto em breve".
"Dentro de muito pouco tudo vai estar conectado à rede, não só as pessoas, mas os automóveis, os contadores gás e eletricidade, os televisores, as máquinas vendedoras a varejo, as caixas automáticos, tudo vai estar conectado à rede", explicou.
Inclusive na crise global, acrescentou, o negócio das telecomunicações se mostrou dinâmico em nível mundial porque se transformou em um bem essencial que "resiste melhor do que em outras" tempestades econômicas.