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Telefónica entra em choque com Clarín na Argentina

A Telefónica enfrenta uma ameaça competitiva improvável na Argentina que complica esforço de aproveitar a retomada da segunda maior economia da América do Sul

Telefônica: desafio é apresentado pelo maior conglomerado de mídia da Argentina, o Grupo Clarín (Angel Navarrete/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2016 às 16h10.

A Telefónica enfrenta uma ameaça competitiva improvável na Argentina que complica seu esforço de aproveitar a retomada da segunda maior economia da América do Sul.

O desafio não parte das operadoras de telefonia que são suas principais concorrentes -- a Telecom Argentina e a América Móvil de Carlos Slim.

Pelo contrário, ele é apresentado pelo maior conglomerado de mídia do país, o Grupo Clarín, que tem ações negociadas em Londres, e pelas regras estabelecidas pelo governo que assumiu há nove meses.

O Clarín está adquirindo ativos de telefonia celular e de espectro com o objetivo de expandir-se para o ramo de serviços de telefonia celular -- em uma tentativa de superar as empresas de telecomunicações oferecendo pacotes de internet, TV paga, linha fixa de telefone e acesso móvel, a exemplo dos que se tornaram populares nos EUA e na Europa.

A iniciativa da empresa conta com a ajuda do novo governo do país, cujo presidente, Mauricio Macri, estendeu até janeiro de 2019 a proibição de as empresas de telefonia venderam esses pacotes.

A Telefónica “não está em boa posição”, disse Monica Zlotogorski, diretora da empresa de pesquisas Gartner.

“Eles ficam em segundo plano” quando disputam conteúdo como, por exemplo, direitos esportivos, fundamentais para atrair assinantes, disse ela.

O que está em jogo é a posição de liderança em um país de 43 milhões de habitantes, um dos principais mercados latino-americanos, que é alvo da Telefónica, empresa com sede em Madri, que está tentando compensar o crescimento vacilante em sua competitiva região doméstica.

As receitas da Telefónica na Argentina cresceram mais de 17 por cento em pesos no segundo trimestre, sendo que a divisão de telefonia móvel teve uma expansão de 7,7 por cento.

Na Espanha, as receitas pouco mudaram.

Mas mesmo o crescimento da Telefónica na Argentina é tímido perto do avanço de 55 por cento da divisão de TV paga, internet e telefonia do Clarín, a maior unidade do grupo, no primeiro trimestre.

O valor das ações da companhia quase dobrou nos últimos 12 meses com o otimismo de que as políticas de Macri levariam ao crescimento.

A economia argentina crescerá 3,4 por cento em 2017 após uma contração neste ano, segundo projeções do JPMorgan.

No mês passado, a Telefónica apresentou uma queixa ao governo, criticando a aquisição de cinco empresas detentoras de licenças de espectro de telefonia celular pelo Clarín.

Na queixa, a Telefónica alega que o Clarín quer oferecer serviços para os quais não tem autorização, o que afeta os direitos da empresa espanhola.

As duas empresas já concorrem entre si por serem proprietárias das duas maiores emissoras de TV aberta do país.

Na queixa apresentada à reguladora Enacom, a Telefónica afirma que as empresas que o Clarín comprou possuem capacidade combinada de 86 megahertz para oferecer os chamados serviços de comunicação móveis avançados, superando o limite de 60 megahertz estabelecido pelo governo para as operações.

Representantes da Telefónica e do Clarín preferiram não comentar o assunto.

A Enacom está analisando a queixa da Telefónica, mas ainda não tomou nenhuma decisão a respeito, segundo o diretor da agência Agustín Garzón.

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A Telefónica enfrenta uma ameaça competitiva improvável na Argentina que complica seu esforço de aproveitar a retomada da segunda maior economia da América do Sul.

O desafio não parte das operadoras de telefonia que são suas principais concorrentes -- a Telecom Argentina e a América Móvil de Carlos Slim.

Pelo contrário, ele é apresentado pelo maior conglomerado de mídia do país, o Grupo Clarín, que tem ações negociadas em Londres, e pelas regras estabelecidas pelo governo que assumiu há nove meses.

O Clarín está adquirindo ativos de telefonia celular e de espectro com o objetivo de expandir-se para o ramo de serviços de telefonia celular -- em uma tentativa de superar as empresas de telecomunicações oferecendo pacotes de internet, TV paga, linha fixa de telefone e acesso móvel, a exemplo dos que se tornaram populares nos EUA e na Europa.

A iniciativa da empresa conta com a ajuda do novo governo do país, cujo presidente, Mauricio Macri, estendeu até janeiro de 2019 a proibição de as empresas de telefonia venderam esses pacotes.

A Telefónica “não está em boa posição”, disse Monica Zlotogorski, diretora da empresa de pesquisas Gartner.

“Eles ficam em segundo plano” quando disputam conteúdo como, por exemplo, direitos esportivos, fundamentais para atrair assinantes, disse ela.

O que está em jogo é a posição de liderança em um país de 43 milhões de habitantes, um dos principais mercados latino-americanos, que é alvo da Telefónica, empresa com sede em Madri, que está tentando compensar o crescimento vacilante em sua competitiva região doméstica.

As receitas da Telefónica na Argentina cresceram mais de 17 por cento em pesos no segundo trimestre, sendo que a divisão de telefonia móvel teve uma expansão de 7,7 por cento.

Na Espanha, as receitas pouco mudaram.

Mas mesmo o crescimento da Telefónica na Argentina é tímido perto do avanço de 55 por cento da divisão de TV paga, internet e telefonia do Clarín, a maior unidade do grupo, no primeiro trimestre.

O valor das ações da companhia quase dobrou nos últimos 12 meses com o otimismo de que as políticas de Macri levariam ao crescimento.

A economia argentina crescerá 3,4 por cento em 2017 após uma contração neste ano, segundo projeções do JPMorgan.

No mês passado, a Telefónica apresentou uma queixa ao governo, criticando a aquisição de cinco empresas detentoras de licenças de espectro de telefonia celular pelo Clarín.

Na queixa, a Telefónica alega que o Clarín quer oferecer serviços para os quais não tem autorização, o que afeta os direitos da empresa espanhola.

As duas empresas já concorrem entre si por serem proprietárias das duas maiores emissoras de TV aberta do país.

Na queixa apresentada à reguladora Enacom, a Telefónica afirma que as empresas que o Clarín comprou possuem capacidade combinada de 86 megahertz para oferecer os chamados serviços de comunicação móveis avançados, superando o limite de 60 megahertz estabelecido pelo governo para as operações.

Representantes da Telefónica e do Clarín preferiram não comentar o assunto.

A Enacom está analisando a queixa da Telefónica, mas ainda não tomou nenhuma decisão a respeito, segundo o diretor da agência Agustín Garzón.

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