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Telecom Italia estaria avaliando a TIM em US$ 12 bilhões

Uma venda da participação de 67% da Telecom a esse preço avaliaria a TIM em cerca de US$ 18 bilhões, um ágio de 50% no valor de mercado da empresa

Telecom: não há “processo formal ou informal em curso” para a venda da participação na TIM, disse a Telecom Italia em um comunicado
 (REUTERS/Alessandro Bianchi)

Telecom: não há “processo formal ou informal em curso” para a venda da participação na TIM, disse a Telecom Italia em um comunicado (REUTERS/Alessandro Bianchi)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2013 às 09h51.

Milão e Madri - A Telecom Italia SpA, a empresa telefônica que perdeu sua classificação de grau de investimento, busca pelo menos 9 bilhões de euros (US$ 12 bilhões) pelo seu controle acionário na concessionária de telefonia celular brasileira TIM Participações SA, segundo uma fonte com conhecimento direto do assunto.

Uma venda da participação de 67 por cento da Telecom Italia a esse preço avaliaria a TIM em cerca de US$ 18 bilhões, um ágio de 50 por cento no valor de mercado da empresa com sede no Rio de Janeiro, com base no preço de fechamento de 8 de outubro. A participação pode ser arrematada por até 10 bilhões de euros, disse a fonte, que pediu para não ser identificada porque as deliberações são confidenciais.

A TIM subiu e chegou à maior alta em um ano e meio em São Paulo ontem, e a Telecom Italia subiu hoje pelo segundo dia em Milão. O Moody’s Investors Service cortou a classificação da Telecom Italia para junk nesta semana, dizendo que um novo rebaixamento da classificação poderá ocorrer a menos que a empresa com sede em Milão fortaleça seu balanço.

A demissão neste mês do CEO Franco Bernabè, que se opôs à venda de ativos latino-americanos para cortar US$ 39 bilhões em dívida líquida, removeu um obstáculo para uma mudança na propriedade da segunda maior operadora de telefonia celular do Brasil. A Telefónica SA, maior acionista da Telecom Italia, é favorável à venda, disseram fontes familiares ao assunto.

‘Ativo estratégico’

“A TIM é um ativo estratégico para a empresa porque é a única que compensa em um mercado doméstico em queda”, disse Carlos Winzer, analista da Moody’s, em entrevista por telefone. “Qualquer que seja a nova estratégia que o sr. Patuano e sua equipe trouxerem não será fácil executá-la”.

O conselho da Telecom Italia tem reunião programada para 7 de novembro, quando o novo CEO Marco Patuano deverá propor um plano de recuperação que provavelmente abordará o futuro do negócio latino-americano. A Telecom Italia também vende serviços telefônicos na Argentina, enquanto a Itália respondeu por 60 por cento das receitas da empresa em 2012.


Não há “processo formal ou informal em curso” para a venda da participação na TIM, disse a Telecom Italia em um comunicado.

A TIM subiu até 10 por cento ontem e fechou com alta de 6,7 por cento, a R$ 11,63, o maior preço desde abril de 2012. A ação subiu 42 por cento neste ano, a segunda melhor performance no índice de referência Ibovespa. A Telecom Italia saltou até 7,9 por cento e fechou a 66 centavos de euro em Milão, ontem. Hoje teve alta de 2,1 por cento.

Valor da empresa

A operadora brasileira, com mais de 72 milhões de clientes até o final de junho, tem um chamado valor de empresa -- que inclui dívidas -- de R$ 30,3 milhões (US$ 13,7 bilhões) após o salto de ontem, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Em uma venda, o valor de empresa da TIM pode ficar entre 14 bilhões de euros e 15 bilhões de euros, disse a fonte com conhecimento do assunto.

Uma alternativa à venda da TIM para um comprador é separar a unidade e dividir seus clientes entre outras operadoras, embora essa opção seja mais difícil de executar, disse a fonte.

A lei brasileira não permite que uma empresa controle mais de 50 por cento do mercado ou mais do que uma licença de operação da reguladora Anatel, segundo o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. A Telefónica e outras três empresas de telefonia celular -- Oi SA, América Móvil SAB e NII Holdings Inc. -- não estão autorizadas a manterem a TIM e seus próprios negócios brasileiros ao mesmo tempo, disse ele no mês passado.

Preferência por quatro

Falando a repórteres em Brasília ontem, Bernardo disse que uma maior concorrência é preferível quando questionado se o mercado teria permissão para reduzir de quatro para três o número de empresas de telecomunicações.

As fusões e aquisições na indústria de telefonia do Brasil estão esquentando. Neste mês, a Oi, a maior operadora do país, entrou em acordo para uma fusão com a Portugal Telecom SGPS SA para criar uma empresa transatlântica com 100 milhões de clientes e ganhar força contra a Telefónica e a América Móvil.

A Vodafone Group Plc não está interessada em formular uma oferta pela TIM, disse neste mês outra fonte com conhecimento do assunto.

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