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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.
A companhia aérea portuguesa TAP apresentará uma nova proposta para comprar participação da Varig até setembro. "Podemos chegar ao limite de 20% e ter uma participação no desenvolvimento da empresa e na gestão", afirmou o presidente da TAP, o brasileiro Fernando Pinto, ao jornal português Diário de Notícias .
Segundo Pinto, a TAP já obteve o sinal verde do governo português para voltar às negociações (se você é assinante, leia ainda reportagem de EXAME sobre os planos da TAP para a aérea brasileira). A companhia é totalmente controlada pela Parpública, estatal que mantém participações em diversas empresas do país, como a Águas de Portugal. Os ministérios aos quais a Parpública está ligada também já aprovaram a nova iniciativa.
Até o momento, o passo mais concreto foi a contratação do Millennium BCP, maior grupo financeiro de Portugal, para elaborar a nova proposta. Entre as atribuições, está a de elaborar um relatório para o governo sobre a viabilidade financeira da operação.
Pinto ressalta, porém, que nenhuma proposta de negociação será anunciada até que a Varig conclua a reestruturação. "Isso é um ponto importante: a TAP só irá investir na Varig depois de a empresa estar reestruturada", afirma. A intenção da aérea portuguesa é reunir um grupo de investidores interessados em participar do negócio. O executivo afirma que já recebeu diversos interessados de Portugal e de outros países.
Imersa em uma grande crise financeira, a Varig vinha negociando a entrada da TAP em seu capital há vários meses. As conversas foram interrompidas em junho, quando a companhia brasileira entrou com um pedido de recuperação judicial, baseado na nova Lei de Falências. O governo brasileiro deu prazo de 60 dias para que a companhia demonstre a viabilidade de sua recuperação.
Pinto, que comanda a TAP há quatro ano e está renegociando um novo contrato de três anos, destacou a importância estratégica da Varig para a empresa portuguesa. Segundo ele, os mercados que mais crescerão nos próximos anos são a Ásia, liderada pela China, e a América do Sul, sustentada pelo Brasil. Um dos atrativos da Varig, segundo o executivo, é fazer parte da Star Alliance, uma parceria mundial entre 16 companhias aéreas cujas rotas alcançam 795 aeroportos em 139 países.