A TAM Linhas Aéreas (55ª no ranking de Melhores & Maiores 2004) escolheu a EDS (356ª), a Unisys (239ª) e a Telemar (3ª) como suas fornecedoras para a área de tecnologia da informação (TI). O contrato envolve investimento de 115 milhões de reais nos próximos cinco anos e vai gerar entre 15% e 20% de redução de custos na área. "Estimamos uma economia de 16 a 18 milhões de reais por ano", diz Marco Antonio Bologna, presidente da TAM. Em 2004, o lucro da companhia foi de 341 milhões de reais. No mesmo ano o corte de custos na área de TI correspondeu a 36% do orçado em 2003 (leia reportagem de EXAME sobre a corrida para reduzir custos no setor).

"A TAM sempre busca redução de custo, como condição de sobrevivência", diz Mauricélio Lauand, diretor de tecnologia da empresa. Além da redução de custos, o outsourcing foi concebido para permitir escalabilidade. "Queríamos flexibilidade para expandir e contrair a área de tecnologia conforme a necessidade", afirma Bologna.

O desenvolvimento de sistemas -- e mais da metade da equipe de analistas e programadores da TAM, cerca de 150 profissionais -- foi transferido para a EDS, que inaugura entre o final do mês e o início de abril uma fábrica de software em Araraquara. Além de atender à TAM, a empresa pretende ainda em 2005 exportar as soluções desenvolvidas. "Ocorreu uma fantástica coincidência de estratégia", diz Chu Tung, presidente da subsidiária brasileira.

O setor de comunicação de dados e voz será totalmente terceirizado para a Telemar, incluindo a transferência de ativos e pessoal. Segundo o diretor superintendente da Telemar Corporate, Roderlei Generali, o contrato favorece a estratégia da companhia de expansão dos negócios com empresas para além dos limites dos estados de atuação em telefonia fixa. Para a Unisys foi passado o help desk de TI e a manutenção do parque de equipamentos (5 100 microcomputadores em 62 cidades). A quarta e última área a ser terceirizada será o data center. Segundo Lauand, até junho será definida a escolha do fornecedor entre quatro finalistas.

Realinhamento

Para Bologna, o setor não está entrando em guerra tarifária. "Trata-se de um realinhamento de custos e dos benefícios de maior escala", diz. O executivo prevê uma queda média de 10% a 15% nos preços das tarifas.

A TAM alcançou 42% de market share em fevereiro e, segundo Bologna, espera fechar o ano com 47% de participação e crescimento de 20%, ante uma expansão do mercado de aviação de 8% a 10%. As vendas diretas de passagens pela internet, uma das vantagens comparativas da concorrente Gol, permanece relativamente baixa, na casa de 8%. Através do portal e-TAM, dirigido a agentes de viagem, outros 80% das vendas são realizados pela web.