A Suzano Papel e Celulose anunciou nesta terça-feira seu plano de investimentos para o período 2008-2015 com a previsão de ampliação da capacidade anual de produção de 2,9 milhões para 7,2 milhões de toneladas. A empresa planeja construir três novas fábricas: uma no Maranhão, outra no Piauí e a terceira ainda em local indefinido. Além disso, também vai ampliar a capacidade de sua fábrica em Mucuri (Bahia) em 400 mil toneladas de celulose por ano a partir de 2011, com um investimento de 500 milhões de dólares.

A fábrica maranhense e a unidade no Piauí devem ter capacidade de produção de 1,3 milhão de toneladas cada uma e vão consumir investimentos totais de 3,6 bilhões de dólares - 1,8 bilhão de dólares para cada estado. No Maranhão, a base florestal será composta em parceria com a Vale, que já possui 34,5 mil hectares de plantios de eucalipto no Pará e no sudoeste do Maranhão e outros 50 mil hectares de terras. Esses ativos serão comprados por 110 milhões de dólares, segundo memorando de entendimento assinado nesta segunda-feira. O contrato definitivo deve ser firmado em 90 dias. A Suzano vai investir ainda 90 milhões de dólares em plantações próprias.

A unidade deve começar a produzir celulose em 2013. A produção será escoada por duas ferrovias da Vale, a Norte-Sul e a Estrada de Ferro Carajás. A exportação deve ocorrer por um porto na região de São Luis, a capital maranhense. A empresa considera Itaqui um dos possíveis terminais marítimos de exportação.

No Piauí, a Suzano espera constituir a base florestal com 70% de plantios próprios e 30% com produtores locais. A empresa adquiriu terras na região da nova unidade e também em Urbano Santos, no Maranhão, onde já tem licença ambiental para a produção. O investimento em florestas locais será de 370 milhões de dólares. O início da produção da unidade está previsto para 2014. O transporte da celulose será feito pela Companhia Ferroviária do Nordeste, controlada pela CSN e pelo grupo Vicunha.

A terceira fábrica de celulose poderá ser construída na unidade do Maranhão, do Piauí ou ainda em um terceiro local a ser definido. Essa unidade também vai consumir cerca de 1,8 bilhão de dólares em investimento e terá capacidade de produção de 1,3 milhão de toneladas. A previsão é de que fábrica comece a produzir em 2015.

Os recursos para a implantação dos projetos virão da geração de caixa da Suzano, de financiamentos e, se conveniente, de venda de papéis no mercado de capitais. Além do investimento em crescimento orgânico, a Suzano é apontada por analistas como uma das interessadas na compra da Aracruz. Empresas estrangeiras e a VCP também já teriam entrado em contato com a Aracruz para a realização do negócio. Apesar dos rumores, o presidente da Suzano, Antonio Maciel Neto, já negou diversas vezes que esteja em negociação com a Aracruz.

Lucro

A Suzano também anunciou hoje que obteve lucro líquido de 186 milhões de reais no segundo trimestre, um crescimento de 7,8% em relação ao mesmo período de 2007. O resultado ficou bem acima da previsão da corretora Ágora, de lucro de 123,4 milhões de reais no período. O balanço e o plano de investimentos agradaram o mercado. Às 11h27, as ações da Suzano mais negociadas na Bovespa (SUZB5) registravam alta de 5,28%, para 26,11 reais.