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Sustentabilidade pode fazer parte de qualquer negócio de sucesso, diz Chris Martin, do Coldplay

Em 2019, o músico prometeu que só voltaria a viajar pelo mundo quando pudesse reduzir o impacto ambiental de suas turnês. Hoje, os shows são gerados com energia 100% renovável e uma árvore é plantada para cada ingresso vendido; veja outras "iniciativas verdes" da banda

O Coldplay seleciona os materiais utilizados nos shows com base em suas credenciais ambientais (Isabel Rocha | Getty Images | Isabel Rocha/Reprodução)

O Coldplay seleciona os materiais utilizados nos shows com base em suas credenciais ambientais (Isabel Rocha | Getty Images | Isabel Rocha/Reprodução)

Isabel Rocha
Isabel Rocha

Jornalista

Publicado em 23 de março de 2023 às 11h51.

Última atualização em 23 de março de 2023 às 15h07.

Após a apresentação histórica que marcou a última edição do Rock in Rio, os milhares de fãs que aguardavam ansiosamente pelo retorno do Coldplay ao Brasil nem precisariam de mais um incentivo para lotar as arenas e dançar do início ao fim dos shows. Ainda assim, ganharam mais um motivo para fazê-lo.

É que, como parte do compromisso de deixar suas apresentações mais sustentáveis, a branda britânica instalou pistas de dança cinéticas no solo de cada arena em que se apresentaram. O objetivo, com isso, é que o próprio público ajude a gerar a energia que alimenta os geradores do show a medida em que pulam, dançam e se movimentam. Para reduzir ainda mais o consumo de eletricidade convencional, os fãs também poderiam procurar pelas bicicletas elétricas que foram instaladas no fundo da plateia em cada um dos shows.

“Nós crescemos acreditando que ‘eles’ iriam resolver [os problemas ambientais], mas aí você se dá conta de que ‘eles’ não existem, o que existe é você. Então, no lugar de esperar atitudes dessa ou daquela empresa, decidimos tentar mudar o que a gente podia na nossa esfera”, explicou o vocalista Chris Martin em entrevista recente à rede de televisão americana NBC News.

O depoimento vai e encontro com um compromisso que a banda firmou em 2019, quando Chris afirmou que o grupo só voltaria a rodar o mundo quando pudesse reduzir os impactos ambientais de suas turnês.

E o músico garante que essa decisão não tem nada a ver com posicionamento político, reputação ou com a possibilidade de vender mais. “Não é sobre estar de um lado do espectro político, querer ser bem visto pelo público ou ganhar mais dinheiro. É sobre tentar provar que qualquer negócio de sucesso pode ser sustentável”, disse na mesma entrevista.

Vale pontuar que questões relacionadas à sustentabilidade, responsabilidade social e governança (as chamadas “práticas ESG”) vêm mesmo se provando cada vez mais importantes para o sucesso de negócios dos mais variados portes e segmentos ao longo dos últimos anos.

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Música sustentável: o que a turnê do Coldplay no Brasil tem a nos ensinar sobre ESG?

Após dois anos de planejamento, o Coldplay desenvolveu uma série de ações sustentáveis e finalmente voltou a pegar estrada. Dessa vez, com a turnê Music Of The Spheres World Tour que chegou ao Brasil no início de março para divulgar o álbum homônimo.

Segundo informações oficiais, os shows da nova turnê foram planejados com base em três pilares principais:

1. Reduzir

As emissões de gás carbônico (CO2) foram reduzidas em 50% em relação à última turnê. “Adaptamos todas as operações da turnê para reduzir emissões, alinhados com as melhores práticas cientificas: do palco às viagens, do frete ao consumo de energia”, diz o site oficial da banda.

Um exemplo prático de ações tomadas nesse sentido é o fato de que, durante as viagens, o Coldplay e sua equipe dão preferência para voos abastecidos com biocombustíveis e, no deslocamento terrestre, para veículos elétricos.

O grupo também garante que seleciona os materiais utilizados no show com base em suas credenciais ambientais. O material utilizado no palco, por exemplo, é resultado de uma combinação de diferentes materiais sustentáveis (como bambu e aço reciclável). “Em vários locais, com o intuito de minimizar as emissões do frete de equipamentos, adaptaremos o design do show para utilizar equipamentos, materiais e recursos locais”, dizem.

2. Reinventar

O segundo princípio sustentável da turnê tem a ver com a utilização de tecnologias inovadoras e ecológicas nos shows. Das pulseiras de led distribuídas para o público (que são feitas de materiais compostáveis à base de plantas) aos confetes biodegradáveis que colorem as apresentações – passando por fogos de artifício com carga explosiva menor, a iluminação do palco com luzes de led de baixo consumo e a instalação dos painéis cinéticos mencionados no início desta reportagem.

Algumas das iniciativas sustentáveis promovidas pelo Coldplay foram apresentadas no telão antes da abertura do show em 14 de março, no Estádio do Morumbi, em São Paulo (Isabel Rocha)

3. Compensar

 A parcela remanescente de emissões de CO2 produzidas pelas apresentações é compensada por meio do apoio a projetos de reflorestamento, limpeza dos oceanos e preservação da vida selvagem.

“Apesar dos nossos melhores esforços, a turnê ainda terá uma pegada de carbono significativa. Nos comprometemos em reduzir mais CO2 do que a turnê produz apoiando projetos focados em reflorestamento, conservação e regeneração do solo, captura e armazenamento de carbono e energia renovável”, diz o site.

Como parte desse compromisso, a turnê também financia o plantio de uma árvore para cada ingresso vendido.

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