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Sucesso no Brasil, AliExpress faz 8 anos em meio a polêmica com Correios

A estatal brasileira reclama que os pacotes vindos do e-commerce burlam as normas de entrega e geram prejuízo de um bilhão de reais

AliExpress: os pacotes evitam a cobrança de um valor maior para o frete e dos impostos alfandegários (Stringer/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 28 de março de 2018 às 06h34.

Última atualização em 5 de dezembro de 2019 às 17h48.

O AliExpress , o serviço de e-commerce do grupo chinês AliBaba voltado a vendas para fora da China, comemora a partir de hoje seu oitavo aniversário.

A comemoração deve durar três dias e como é tradição no comércio – também no eletrônico – a empresa prometeu mais de 200 milhões de produtos com descontos que podem passar dos 50%.

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Mais de 100 milhões de compradores de todo o mundo devem realizar compras no site chinês neste período.

De acordo com o relatório WebShoppers, da consultoria especializada em e-commerce Ebit, cerca de 22 milhões de brasileiros realizaram compras no exterior pela internet em 2017 e 54% deles foram clientes do AliExpress – 9% a mais do que em 2016.

Dessa forma, 40% dos brasileiros que fizeram compras online em 2017 buscaram algum produto em sites do exterior. O total gasto passou dos 36 bilhões de dólares, mais do que os 47,7 bilhões de reais de faturamento das empresas nacionais de comércio eletrônico.

Apesar de agradarem os consumidores, as compras feitas fora do Brasil incomodam os Correios . A estatal alega que os pacotes vindos da China burlam as regras ao chegarem ao país sem registro, o que evitaria a cobrança de um valor maior para o frete e dos impostos alfandegários.

O problema é que, por não terem esse registro, elas precisam de uma triagem manual, o que aumentaria o custo da operação dos Correios.

De acordo com uma entrevista concedida pelo presidente dos Correios, Guilherme Campos, no início do mês, são 300.000 pacotes do tipo por dia chegando no Brasil. De acordo com Campos, o prejuízo da empresa com isso chega a um bilhão de reais ao ano.

Ele prometeu que até o fim do ano os compradores pagarão essa diferença no momento da retirada da encomenda, o que deve fazer com que o valor da entrega, um dos grandes atrativos nas compras da China, fique quase proibitivo para boa parte dos produtos.

Melhor seria que o país aumentasse a competitividade dos e-commerces nacionais, com regras tributárias mais eficientes e uma logística mais azeitada. Dificultar as compras no exterior é só o caminho mais fácil. Enquanto oferecer melhores condições a seus compradores, o AliExpress vai continuar avançando.

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