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Steinbruch é cogitado como sucessor de Skaf na Fiesp

Durante sua curta gestão, Benjamin Steinbruch causou muito barulho ao dizer "que só louco investia no Brasil


	Fontes próximas de Benjamin Steinbruch acreditam que ele só deixaria o dia a dia da CSN para se dedicar à Fiesp se a situação da companhia estiver bem encaminhada
 (Exame)

Fontes próximas de Benjamin Steinbruch acreditam que ele só deixaria o dia a dia da CSN para se dedicar à Fiesp se a situação da companhia estiver bem encaminhada (Exame)

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Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2015 às 08h29.

São Paulo - O empresário Benjamin Steinbruch, presidente executivo da CSN, é apontado como possível sucessor de Paulo Skaf para assumir a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O empresário, vice-presidente da entidade, já tinha assumido o cargo interinamente na Fiesp entre maio e outubro do ano passado, quando Skaf deixou o posto para concorrer ao governo do Estado de São Paulo.

"Ele gostou muito do negócio (assumir a Fiesp)", disse uma fonte próxima. Durante sua curta gestão, causou muito barulho ao dizer "que só louco investia no Brasil". Àquela época, em agosto do ano passado, véspera das eleições presidenciais, a crise econômica no País já assustava os empresários brasileiros e a declaração de Steinbruch expressava um descontentamento geral da indústria. "Ele disse o que muitos pensavam e não tinham coragem de dizer", disse uma fonte da indústria, que pediu anonimato.

A gestão de Skaf termina oficialmente em dezembro de 2017, mas muitos apostam que ele poderá sair antes para concorrer à Prefeitura de São Paulo no ano que vem ou novamente ao governo do Estado em 2018. "Não há sinalização nenhuma de que Skaf saia da Fiesp. A meta é cumprir o mandato", disse uma fonte da federação.

A candidatura de Benjamin Steinbruch à presidência da Fiesp ainda é uma mera especulação, mas há vozes da indústria resistentes a essa possibilidade. "Para chegar lá, tem que ter apoio. Ele não é unanimidade. E tem muitos empresários tubarões que estão presos, não é o caso dele, longe disso", disse outra fonte, que também não quis se identificar.

Arrumar a casa

Fontes próximas ao empresário acreditam que Benjamin Steinbruch só deixaria o dia a dia da CSN para se dedicar à Fiesp se a situação financeira da companhia estiver bem encaminhada, o que não é o caso no momento. Ele trabalha mais de 12 horas por dia e não tem ido às reuniões da Fiesp.

"Há muito o que se fazer na CSN. Ele contratou executivos do governo, como Paulo Caffarelli (ex-Banco do Brasil) para a diretoria executiva; ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, para o projeto da Transnordestina, e também Luiz Barreto, ex-ministro da Justiça, para a diretoria de relações institucionais.

Todos para dar um chacoalhão no grupo", disse outra fonte do setor. "Caffarelli tem feito um bom trabalho, a exemplo de sua trajetória no BB. Se der certo e ganhar a confiança de Benjamin, o empresário pode ir para o conselho da companhia e se dedicar a outros projetos", disse uma fonte do mercado financeiro, próxima ao empresário. Questionada, a CSN informou que não há discussões nesse sentido.

A sucessão pode não ser um assunto em pauta ainda, mas os quatro filhos de Benjamin sabem da importância do legado dos Steinbruch. Sua filha mais velha, Vitória, que estuda em Londres, é apontada como a sucessora natural.

Brigão, polêmico e obstinado são adjetivos constantemente atribuídos a Steinbruch, nascido em 1953, no Rio de Janeiro, e formado em administração pela Fundação Getúlio Vargas.

Benjamin foi incumbido por seu pai, Mendel Steinbruch, um dos fundadores do grupo têxtil Vicunha, para diversificar os negócios da família. Em 1993, participou ativamente dos processos de privatizações, que culminou na compra da CSN.

Em 1997, venceu o leilão de privatização da Vale, mas teve de abrir mão em 2000, quando deixou a mineradora e o sonho de verticalização dos seus negócios.

A família de Steinbruch é controladora da Vicunha e do Banco Fibra. Há três anos, ele começou a comprar ações da Usiminas, iniciando uma disputa com a Techint. Também já se desentendeu com a Nippon.

Agora, Nippon e Techint dependem da "boa vontade" de Benjamin para crescer na Usiminas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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