Esta startup quer acabar com a pergunta sobre reiniciar o modem da internet. Como?
Fundada em 2020, a Octágora quer levar mais tecnologia aos atendimentos remotos de assistência técnica
Maria Clara Dias
Publicado em 12 de julho de 2022 às 12h41.
Última atualização em 12 de julho de 2022 às 13h01.
Para a Octágora, startup de atendimento virtual ao cliente, um novo "banho de loja tecnológico" pode ser muito útil para consumidores em busca de algum serviço de assistência técnica remota. Fundada em 2020, a startup criou um sistema de visão computacional que permite que atendentes e técnicos possam ver, em tempo real e remotamente, o problema nos aparelhos. A proposta é acabar com a pergunta "já reiniciou seu modem?"
Para isso, a Octágora funciona como um aplicativo, no qual clientes podem permitir o acesso às câmeras de smartphones e, com elas, mostrar aos prestadores de serviços de companhias o que está acontecendo de fato.
Alguns dos recursos da Octágora incluem a possbilidade de os clientes sinalizarem, com uma caneta digital, os locais ou aparelhos que precisam de conserto — algo útil para quem está em busca da entrada compatível para alguns cabos ou tomadas com defeito.
A proposta da empresa, criada pelos empreendedores Marcelo Izumi, Daniel Vidal Cussi e Celso Ricardo Rosa, três executivos com experiência na área de telemarketing, ganhou apelo durante a pandemia. Com a interrupção das visitas técnicas tradicionais, muitas empresas passaram a recorrer aos serviços da Octágora para dar continuidade aos atendimentos, mas agora com a mentalidade "remote first", ou seja, priorizando o distanciamento.
“Era um mercado carente de soluções, mas com muito potencial, afinal, toda empresa quer reduzir os custos com deslocamento presencial”, diz Izumi, um dos fundadores da empresa, em entrevista à EXAME.
Na lista de interessadas — e atuais clientes da startup — estão empresas do ramo imobiliário, telemarketing, telefonia, gás e óleo e eletrodómesticos como Ultragaz, Electrolux e a construtora Cury.
Para a construtora, a vantagem está nas visitações digitais logo após a entrega do imóvel, verificando rachaduras e infiltrações, por exemplo. “É provável que esse seja um modelo efetivo de atendimento. Em dois anos, nenhuma empresa de suporte vai deixar de lado o remote first”, diz Izumi.
Planos futuros
A Octágora acaba de receber um investimento de R$ 700 mil para ampliar suas soluções de atendimento visual remoto. O aporte, liderado por um fundo de investimento anjo gerido pela Domo Invest e pela Wow Aceleradora e Criabiz, será usado para o recrutamento de novos profisionais e em campanhas de marketing, em busca de maior visibilidade para a empresa.
Entre os investidores, o pensamento imperativo é de que é possível ir bem além das visitas técnicas digitais. No futuro, o atendimento visual pode permitir treinamentos de times inteiros de funcionários e capacitações profissionais em segmentos como a indústria, especialmente para empresas com muitas filiais. “A prática remote first e o atendimento visual são mercados grandes e que ainda estão sendo criados. É importante estar na dianteira”, diz Mario Letelier, sócio da Domo Invest.