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Startup Data Rudder usa IA para criar antifraude ultrarrápida no Pix e levanta R$ 10 milhões

Rodada Série A é liderada pela L4 Venture Builder, fundo criado pela B3; boostlab, do BTG, renova aposta no negócio

Thais Nolasco e Rafaela Helbing, fundadoras da Data Rudder: pioneirismo num mercado predominantemente masculino (Leandro Fonseca/Exame)
Lucas Amorim

Diretor de redação da Exame

Publicado em 13 de novembro de 2023 às 17h59.

Última atualização em 13 de novembro de 2023 às 19h20.

Todos os meses o Pix movimenta mais deum trilhão de reais em transações instantâneas no Brasil. É um sistema que mudou a rotina de milhões de pessoas, mas que trouxe novos desafios, já que o Pix virou o principal canal para golpes financeiros . Controlar fraudes no Pix demanda processar uma enorme quantidade de dados e probabilidades em milissegundos, sem tirar a agilidade que caracteriza a novidade. É o tipo de combinação perfeita para uma startup de Florianópolis, a Data Rudder.

Criada em 2020 pelas empreendedoras Rafaela Helbing e Thais Nolasco, a Data Rudder criou um sistema antifraude no Pix que atraiu a atenção de parceiros de peso. No ano passado, a startup captou R$ 3,1 milhões da empresa de tecnologia Sinqia, por meio de seu programa de Corporate Venture Capital, o Torq Ventures. Em maio deste ano, o banco BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a EXAME), virou sócio, por meio de sou programa de aceleração, o boostlab.

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Agora, um novo marco: a Data Rudder recebeu um aporte de R$ 10 milhões em uma rodada Série A liderada pela L4 Venture Builder, fundo de investimento independente criado em 2022 pela B3. O BTG acompanhou o negócio com novo aporte para manter sua participação. Os aportes se somam a outro reconhecimento importante alcançado este ano: em julho, a DeLorean Antifraude Pix, da Data Rudder, foi uma das duas vencedoras do Febraban Tech 2023, premiação da federação de bancos para inovações financeiras.

Thais e Rafaela se conheceram tocando na mesma banda, em Florianópolis, e uniram experiências de mais de 10 anos como cientista de dados e UX Designer. Decidiram empreender num setor promissor, mas difícil de explicar (e de vender): modelagens com machine learning. Criam sistemas complexos capazes de aprender, se adaptar e responder a inúmeros desafios de negócios.

Após mapear o mercado, chegaram à conclusão de que o avanço do Pix, e a falta de concorrentes estruturados neste nicho de mercado era uma oportunidade excelente para uma empresa estruturada para processar informações complexas. "Construímos uma bazuca, uma plataforma que rodava modelos variados", diz Thais. "Os sistemas antifraude disponíveis tinham um legado, e focos diferentes. Aproveitamos a vantagem de ser startup e conseguimos acompanhar a explosão do Pix".

Inovação com inteligência artificial

O que faz o sistema da Data Rudder ser tão valorizado é uma análise preditiva de riscos mais profunda que outras oferecidas no mercado. A inteligência de dados criada por elas tem modelos que são treinados com o uso e que consideram variáveis e que se adaptam ao uso de cada cliente. É um uso prático dos potencias da inteligência artificial para o mercado financeiro.

Em apenas 80 milissegundos a ferramenta detecta transações suspeitas e contas laranja, usando histórico de informações e dados como CPF e CNPJ. A Data Rudder conta com parcerias com a empresa de inteligência de dados Neoway e com a B3 para turbinar seus modelos com dados e infraestrutura.

Um dos projetos em parceria com a B3 permite à Data Rudder ser protagonista numa das maiores novidades do ano, Resolução No 6, do Banco Central e do Conselho Monetário Nacional, que entrou em vigor no início de novembro. A resolução determina que as instituições financeiras deverão compartilhar dados e informações sobre indícios de fraudes, de forma que possam ser consultadas pelos concorrentes. A Data Rudder e a B3 criaram uma solução capaz atender a normativa e foram além, incluindo um score de confiabilidade dos dados.

Quanto mais complexo e desafiador o mercado, maiores as oportunidades da Data Rudder. A concorrência vai crescer, mas a empresa se estrutura para seguir encontrando novos caminhos. Hoje, tem 28 funcionários, com metade do time de homens, e metade de mulheres, num mercado reconhecidamente masculino. "Só com diversidade teremos discussões relevantes e conseguiremos seguir inovando", diz Rafaela.

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