Negócios

Sony preocupa investidores com série de aquisições

Novo presidente, Kazuo Hirai, pode estar ameaçando as finanças já incertas da empresa


	Hirai, veterano com quase três décadas de Sony, assumiu o comando da companhia em abril
 (Toru Hanai/Reuters)

Hirai, veterano com quase três décadas de Sony, assumiu o comando da companhia em abril (Toru Hanai/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2012 às 14h36.

Tóquio - Kazuo Hirai, presidente-executivo da Sony, investiu 1,8 bilhão de dólares nos últimos três meses na aquisição de diversas empresas, em ramos como os equipamentos médicos e os jogos através de computação na nuvem, o que levou os investidores a se preocuparem com a possibilidade de que ele esteja ameaçando as finanças já incertas de sua empresa a fim de reanimar um gigante em queda.

Hirai, veterano com quase três décadas de Sony, assumiu o comando da companhia em abril, prometendo reformular a marca, dando prioridade aos videogames, sistemas digitais de imagem e aparelhos móveis. Desde que foi promovido ao cargo, a capitalização de mercado da Sony caiu em cerca de oito bilhões de dólares.

Depois de uma década de perdas no segmento de televisores e quatro anos consecutivos de prejuízo líquido, sob efeito da concorrência feroz da Apple e da sul-coreana Samsung Electronics, o tempo e o dinheiro da Sony estão se esgotando.

"Há sinais de mudança, mas é apenas um começo", disse Tetsuro Ii, presidente-executivo da Common Asset Management.

"Pelo que vimos até o momento, a estratégia dele parece fraturada e os investimentos não direcionarão o lucro. Ele provavelmente deveria oferecer uma explicação melhor sobre sua nova Sony. A única maneira de a Sony melhorar sua situação financeira é faturar mais', acrescentou.

A preocupação quanto aos problemas dos gigantes da eletrônica japonesa vem nos últimos dois meses se concentrando na Sharp, pioneira dos televisores. Mas a situação dela melhorou na sexta-feira quando seus bancos fecharam acordo para um pacote de resgate de 4,6 bilhões de dólares, o que evita o risco imediato de uma crise de liquidez.

Embora ainda esteja bem longe de se tornar a próxima Sharp, a Sony viu seus credit default swaps --que representam o custo de seguro de sua dívida-- com prazo de cinco anos mais que dobrarem, para 400 pontos básicos, desde que Hirai assumiu.

Os analistas, enquanto isso, veem as projeções de lucro da empresa como excessivamente otimistas e sua situação financeira como precária, à medida que sua classificação de crédito está caindo em direção ao status de junk bond em meio às recentes aquisições.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas japonesasFusões e Aquisiçõesgestao-de-negociosIndústria eletroeletrônicaNegociaçõesSony

Mais de Negócios

Gestão de performance: os 5 erros mais comuns e como evitá-los

Vender a casa e continuar morando nela? Startup capta R$ 100 milhões para acelerar essa ideia

Os bilionários que mais ganharam dinheiro em 2024

Número de bilionários cresce no Brasil; soma das fortunas supera 230 bilhões de dólares