Minoritários podem pressionar saída de Wesley Batista da JBS
O executivo deixou a vice-presidência, mas se manteve como membro do colegiado e presidente-executivo da empresa
Reuters
Publicado em 29 de maio de 2017 às 21h13.
Última atualização em 29 de maio de 2017 às 22h23.
Rio de Janeiro - Minoritários da JBS , incluindo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), estão se articulando para pressionar pela saída de Wesley Batista do conselho de administração e da presidência-executiva da empresa, disse uma fonte a par das discussões.
Na sexta-feira, Joesley renunciou à presidência do conselho da JBS. Já Wesley deixou a vice-presidência, mas se manteve como membro do colegiado e presidente-executivo da maior produtora de carne bovina do mundo.
Segundo a fonte, a permanência de Wesley é vista pelos minoritários como insustentável para a imagem da empresa. Por isso, esses acionistas pretendem apresentar um recurso na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para forçar a saída de Wesley.
"Eles (a família Batista) são majoritários, mas a insistência pela saída do Wesley vai continuar", disse à Reuters uma fonte próxima as discussões.
Na mesma reunião de sexta-feira, o conselho por unanimidade elegeu José Batista Sobrinho, pai de Wesley e de Joesley, para a vice-presidência do colegiado da JBS.
"O prejuízo de imagem é muito grande e isso traz perdas aos acionistas", disse a fonte. Ele (Wesley) não pode ficar e a saída seria para mostrar que ali se tem uma gestão profissional".
Um dos caminhos estudados pelos minoritários foi um recurso na Justiça, mas prevaleceu a leitura de que a lei poderia permitir que Wesley permaneça na empresa.
"É chegada a hora da CVM mostrar que é xerife e puxar o gatilho contra quem cometeu tantos erros", disse a fonte.
Em nota, a JBS afirmou que as mudanças no conselho na sexta-feira foram aprovadas por unanimidade pelos representantes dos acionistas da companhia.