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Sócio quer captar US$ 1 bilhão para comprar fatia de Piñera na Lan Chile

Família Cueto, que já detém 25% da companhia aérea, tenta fortalecer o caixa para arrematar as ações do presidente eleito do Chile

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

A briga pelas ações da Lan Chile em poder de Sebastián Piñera, presidente eleito do Chile, entrou em sua fase decisiva. A família Cueto, sócia do empresário na companhia aérea, planeja captar 1 bilhão de dólares para fortalecer sua posição na disputa pelos papéis. A captação deve ser feita por meio da Costa Verde Aeronáutica, a holding dos Cueto que já detém 25% da companhia aérea chilena. Os planos são de lançar 500 milhões de ações ao preço de 2 dólares por papel, de acordo com a agência de notícias Bloomberg.

Piñera controla 26% da Lan Chile por meio de duas holdings. A fatia à venda refere-se aos 19% que detém por meio da Axxion. Outros 7% pertencem à Santa Cecília, holding cuja titularidade foi transferida para a sua esposa, Cecília Morel, durante a campanha que o elegeu o próximo presidente do país. A manobra despertou críticas da oposição, para quem a Lan Chile exerce, na prática, um monopólio privado da aviação comercial no país. Não cairia bem, portanto, que o proprietário desse monopólio fosse o presidente chileno. Em resposta aos ataques, Piñera prometeu se desfazer de sua participação na empresa até a sua posse, em 11 de março.

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Nesta sexta-feira (5/2), sua holding Axxion efetivamente autorizou a diretoria a negociar a venda das ações da Lan Chile. A família Cueto tem o direito de preferência na compra, e, por isso, recebeu 20 dias da Axxion para decidir se vai ou não ficar com os papéis, segundo o jornal chileno La Nación. Horas depois, porém, os Cueto já sinalizaram sua disposição de brigar pelas ações, ao comunicar a intenção de levantar 1 bilhão de dólares para fortalecer seu caixa. A quantia é aproximadamente igual ao que qualquer um precisaria desembolsar para comprar os 19% da Axxion na Lan Chile. A única dúvida é se os investidores estão dispostos a apoiar a operação, em um momento de forte turbulência mundial devido à crise das dívidas públicas da Europa.

Fatia cobiçada

Embora sejam os favoritos para arrematar a fatia de Piñera, os Cuetos não são os únicos na disputa. Segundo apurou o Portal EXAME, a TAM também se articula para comprar as ações. O banqueiro André Esteves, do BTG Pactual e membro do conselho de administração da TAM, teria mobilizado um grupo de bancos de investimento para apoiar a família Amaro, controladora da empresa brasileira, na tentativa. Procurada pela reportagem, a empresa afirmou que não comentaria o assunto e limitou-se a lembrar que já mantém um acordo de compartilhamento de voos com os chilenos, bem como um acordo para a manutenção de aeronaves.

Cada vez mais perto da posse como presidente, Piñera começa a ser questionado também sobre o que fará com os 7% da Lan Chile que detém por meio da Santa Cecília. Embora tenha declarado que as ações não lhe pertencem – e sim à sua mulher –, os observadores não descartam a possibilidade de que essa fatia também seja vendida, a fim de acabar com os conflitos de interesse.

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