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Shell aumenta lucro em 16%, com ajuda da alta do petróleo

Preço da commodity compensou perda de faturamento com queda na produção e consolidou recuperação da companhia anglo-holandesa

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

No dia em que o preço do petróleo alcançou mais um recorde na bolsa de Londres, com o barril do tipo brent chegando a 86,28 dólares durante o pregão, a maior empresa petrolífera da Europa, a anglo-holandesa Shell informou que a ascensão constante do valor da commodity nos mercados internacionais contrabalançou uma queda significativa na produção e levou a companhia a alcançar aumento de 16% no lucro líquido do 3º trimestre de 2007, em relação ao mesmo período do ano anterior.

O lucro da petrolífera de julho a setembro chegou a 6,92 bilhões de dólares, ante 5,94 bilhões de dólares no mesmos três meses de 2006. A receita, por sua vez, cresceu 7,7%, dos 84 bilhões de dólares anteriores para os 90 bilhões atuais. Em resposta ao anúncio de crescimento, as ações da empresa registravam alta de 1% na Bolsa de Londres, até a metade do pregão desta quinta-feira (25/10).

O resultado consolidou um processo de recuperação em curso na companhia. Desde o início deste ano, os papéis da Shell subiram 14% no mercado britânico e os analistas europeus têm aplaudido a performance da empresa nos últimos meses, segundo o periódico nova-iorquino Wall Stret Journal (WSJ).

No entanto, a elevação divulgada nesta quinta-feira (25/10) superou as expectativas inclusive da própria Shell. O executivo-chefe da empresa, Jeroen Van der Veer, afirmou ao WSJ que, considerando-se as fracas perspectivas do setor, neste trimestre, os resultados foram "satisfatórios".

Performance reduzida

De fato, o volume de produção da Shell no trimestre caiu de 3,25 milhões de barris por dia, de julho a setembro de 2006, para 3,14 milhões, no mesmo período de 2007. O faturamento com exploração e produção refletiu a perda de volume e o custo mais elevado de produção e acabou baixando de 3,74 bilhões de dólares para 3,51 bilhões, este ano. Na área de distribuição, por sua vez, as vendas passaram de 2,16 bilhões de dólares para 1,65 bilhão, na mesma base de comparação. O horizonte também não foi dos melhores no setor de gás e energia, responsável por um faturamento de 568 milhões de dólares, ante 781 milhões no ano passado, em razão da fraca demanda.

As causas do fraco resultado foram os contratempos enfrentados em duas frentes. A principal delas foi a perda de participação na Sakhalin, uma joint venture da companhia com a estatal russa Gazprom. Em abril, a Shell completou a venda de uma fatia de 27,5% no projeto e conservou outros 27,5% em sua carteira, mas o resultado da diminuição foi sentido apenas nos meses seguintes.

Outra fonte de preocupação surgiu na Nigéria, onde a anglo-holandesa detem 30% da SPDC, uma das maiores empresas de exploração de petróleo na nação africana. Desde os trimestres anteriores, os campos da companhia são alvo de ataques de grupos étnicos que reivindicam uma maior participação na receita obtida com o produto, em todo o país. Entre julho e setembro, a empresa conseguiu normalizar em parte a situação num dos campos, o de Forcados, mas em outras regiões, funcionários e equipamentos continuam a ser atacados.

Ainda na Nigéria, o governo federal estuda renegociar contratos com empresas privadas que exploram petróleo no país, como forma de aumentar os lucros estatais com a commodity, o que pode vir a afetar a Shell nos próximos meses.

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