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Servidor de propina da Odebrecht passou por Angola

Antes de acomodar servidor na Suíça, a Odebrecht escolheu Angola como refúgio para esconder provas de corrupção

Odebrecht: executivos usavam dois sistemas de segurança para armazenar informações sobre pagamentos ilegais (Nacho Doce/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de abril de 2017 às 09h09.

Genebra e Brasília - Antes de acomodar um servidor com dados das propinas pagas a agentes públicos em um edifício na Suíça, a Odebrecht escolheu Angola para esconder quase 2 milhões de páginas de documentos, e-mails e provas de transações bancárias.

De acordo com o responsável pelas operações ilícitas do Setor de Operações Estruturadas Hilberto Mascarenhas, em documento entregue à Operação Lava Jato, "a premissa era de estar em algum país em que não tínhamos operação", afirmou.

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Segundo ele, eram dois sistemas tecnológicos com acesso restrito desenvolvido para as transações bancárias. Um deles era o MyWebday B, para pagamento e controle de todas as propinas. O outro era o Drousys, um mecanismo de comunicação para troca de e-mails e de solicitações.

De acordo com o documento, o MyWebday B foi especialmente adaptado para atender às necessidades do departamento da propina, em um trabalho que levou de três a seis meses.

"Em 2007, por questões de disponibilidade do link de conexão, já que o link com Angola apresentava muitos problemas de indisponibilidade de conexão, dessa forma tivermos de alterar o local", contou.

O ex-executivo destacou que, na Suíça, o MyWebday B ficaria "completamente isolado de quaisquer dos servidores ou funcionários da companhia, assegurando uma maior confidencialidade às informações". Já o Drousys não deixaria rastro de quem acessasse o sistema.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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