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Serviços, TV, jornalismo: a Apple em meio à guerra comercial

Além da disputa alfandegária que afetou a venda de aparelhos, a empresa norte-americana enfrenta declínio nas vendas de iPhone e aposta em novos serviços

Lançamentos: Apple aposta em novidades para compensar o declínio nas vendas de iPhone; no último trimestre, serviços foram responsáveis por 19,7% do faturamento da companhia (Stephen Lam/Reuters)

Lançamentos: Apple aposta em novidades para compensar o declínio nas vendas de iPhone; no último trimestre, serviços foram responsáveis por 19,7% do faturamento da companhia (Stephen Lam/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2019 às 06h33.

Última atualização em 30 de julho de 2019 às 06h53.

Sobrevivendo à guerra comercial com a China, a Apple quer mostrar que pode ir além do iPhone. A companhia norte-americana de tecnologia divulga nesta terça-feira, 30, no final da tarde, seu balanço do terceiro trimestre fiscal, terminado em junho.

Na sua última publicação de resultados, em abril, mesmo com queda de 5% no faturamento, a empresa surpreendeu ao aumentar o lucro por ação e projetar receita para o terceiro trimestre entre 52,5 e 54,5 bilhões de dólares. Investidores estarão de olho nos resultados para ver se a empresa será capaz de cumprir ou até mesmo superar os números prometidos.

Este ano, a Apple parou de divulgar o número de iPhones vendidos e informa somente quantos smartphones estão ativos. No último trimestre, a base de dispositivos era de 1,4 bilhão de aparelhos. Estima-se que no segundo trimestre fiscal, em comparação com o mesmo período do ano anterior, as vendas de smartphone da companhia tenham caído 17%.

Para tentar alavancar as vendas de iPhone em 2020, a Apple investe no desenvolvimento de um aparelho com suporte à tecnologia 5G. Na semana passada, a empresa fechou um acordo de 1 bilhão de dólares para adquirir a maior parte das operações de chips para smartphones da Intel, na corrida para entregar um iPhone 5G ao mercado no próximo ano.

Um dado a ser observado é a porcentagem que as vendas de iPhone ocupam no faturamento total da empresa. Em abril, a taxa era de 53,4%, abaixo dos 61,4% registrados um ano antes e dos 61,7% divulgados em dezembro de 2018.

Se a companhia aumentar seu faturamento mesmo com a queda de participação dos iPhones, isso pode ser um bom indicativo de que o plano de focar em novos serviços está funcionando.

No segundo trimestre, os serviços foram responsáveis por 19,7% das vendas. No final de março, a empresa californiana anunciou novos produtos.

O principal lançamento foi o Apple TV Plus, o serviço de streaming original da empresa que terá produções próprias e quer brigar com Netflix e Amazon Prime Video. Uma plataforma integrada de jogos, o Apple Arcade, um novo projeto de jornalismo, o Apple News Plus e até mesmo um cartão de crédito da companhia foram apresentados ao público. Agora será a primeira vez que os investidores saberão como essas novidades estão se saindo com os consumidores.

Investidores estão preocupados em saber também como a disputa comercial entre Estados Unidos e China afetou a Apple no último trimestre. Analistas da Bloomberg acreditam que a venda de iPhones tenha caído 10,3% no trimestre por causa da guerra comercial.

Em uma entrevista, Tim Cook, presidente da companhia, disse que os chineses não tinham colocado um alvo na Apple ainda e ele não esperava que isso fosse acontecer.

Ainda assim, a empresa pediu aos representantes do governo dos Estados Unidos que não fizessem uma quarta nova leva de tarifas contra a China, pois os competidores da Apple não estão presentes no mercado norte-americano e não seriam prejudicados. Uma nova leva de conversas entre China e Estados Unidos acontece nesta terça-feira.

Os resultados trimestrais, dessa forma, vão evidenciar, além da capacidade da Apple de se reinventar sem o iPhone, o efeito da política alfandegária de Donald Trump nas grandes empresas dos Estados Unidos.

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