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Seis meses após ir à bolsa, a PagSeguro já vai bater no teto?

A empresa de pagamentos deve ter dificuldade em entrar em novos nichos de mercado, diz relatório

Nos últimos 12 meses, o número de comerciantes ativos da PagSeguro cresceu 83% (PagSeguro/Reprodução)
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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2018 às 06h00.

Última atualização em 3 de julho de 2018 às 10h30.

Pode uma empresa que tem apenas 5% de participação de mercado estar perto do teto? Segundo um relatório assinado por analistas do banco de investimentos do Bradesco, este pode ser o caso da empresa de pagamentos PagSeguro .

Eles calculam que, contanto todo o mercado de POSs, ou maquininhas de cartões de crédito, como são conhecidas, a Pagseguro tem aproximadamente 5% de um mercado ainda dominado por gigantes como Cielo e Rede.

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Contudo, ao se analisar apenas o segmento de micro e pequenos empreendedores, como taxistas, pipoqueiros, manicures e outros profissionais liberais, sua principal clientela, sua participação deverá chegar a 45% este ano. Atualmente, a PagSeguro atende mais de 3 milhões desses pequenos comerciantes, muitos deles não têm nem conta em banco.

A alta penetração em seu segmento pode limitar, segundo os analistas, o crescimento da empresa nos próximos anos. Eles estimam que, até 2022, seu ritmo de crescimento será próximo ao de seus concorrentes. “Apesar de continuarmos achando que a PagSeguro vai aumentar sua participação de mercado no curto prazo, esse ganho deve continuar vindo do mercado desbancarizado e não de crescimento em novos segmentos”, dizem os analistas Rafael Frade, Nicholas Baines e Alain Nicolau, que assinam o relatório do Bradesco BBI.

Concorrência

Em paralelo, há uma forte concorrência chegando, vinda de jogadores menores e maiores, o que pode empurrar as margens da PagSeguro para baixo, segundo o Bradesco. Em um mercado estimado em 23 milhões de micro e pequenos empreendedores no Brasil que, segundo estimativas, movimentam 150 bilhões de reais, era de se imaginar que outras empresas viriam nadar no mesmo mar da Moderninha, principal produto hoje da PagSeguro.

Até as estratégias de venda já são as mesmas: vendem a máquina por um preço razoável (não alugam mais, como era praxe no setor) e continuam cobrando um percentual das transações.

O Bradesco contou ao menos 12 concorrentes, entre pequenas, como as startups Pagar.me, SumUp, Mercado Pago e iZettle, e grandes, a exemplo da Cielo através da empresa recém-adquirida Stelo, a Stone e a GetNet, do Santander. Até Bradesco e Banco do Brasil estão lançando suas versões – Bradesquinha e Bbzinha. Há ainda a emergente concorrência dos meios de pagamento digitais, como o PicPay ,do banco Original e o teclado virtual do Itaú (Itaú Keyboard) que permite transferir dinheiro pelo What’sApp ou Facebook.

Para o Bradesco BBI, a PagSeguro tem oportunidade de explorar duas frente: seus atuais clientes e outros nichos de mercado, onde tem baixa ou nenhuma participação. Entre as estratégias de conseguir receita de seus atuais 3 milhões de clientes, está o oferecimento de serviços financeiros, como conta digital, carteira virtual, cartões pré-pagos, transferências bancárias, entre outros.

Nos últimos 12 meses, o número de comerciantes ativos da PagSeguro cresceu 83%. Pelos desafios apontados pelo BBI, o número não deve se repetir nos próximos 12 meses. A perspectiva, somada a uma nova emissão de ações mal explicada, em junho, fazem com os analistas do BBI apontem preço alvo para a companhia em 26 dólares, 20% abaixo da previsão média do mercado.

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