JBS: sede da companhia, em São Paulo, é alvo de ação da PF (Paulo Fridman/Bloomberg)
Tatiana Vaz
Publicado em 9 de junho de 2017 às 10h53.
Última atualização em 9 de junho de 2017 às 13h51.
São Paulo - Desde as 10 horas desta manhã, a Polícia Federal está na sede da JBS, em São Paulo, onde policiais vasculham documentos pelos departamentos da empresa. A busca ocorre, em especial, na sala da Tesouraria, onde funcionários fazem monitoramento de ações e dólar.
Em comunicado, a CVM confirmou que está colaborando com a PF na operação batizada de Tendão de Aquiles, que visa a apurar suposto uso indevido de informações privilegiadas em operações de ações da JBS no mercado à vista e futuro de dólar, feitas entre abril e maio.
Ainda segundo a CVM, o inquérito policial foi instaurado em 19 de maio, quando cinco processos administrativos foram instaurados para apurar indícios de crime ao Ministério Público Federal.
A operação acontece três semanas depois da deleção feita pelo principal executivo da companhia, Joesley Batista, envolvendo diversos políticos e o presidente Michel Temer. Ele também documentou a entrega de R$ 500 mil em uma mala ao deputado Rocha Loures.
No mesmo dia em que o empresário entregou à Procuradoria Geral da República (PGR) uma fita com uma conversa comprometedora dele e do presidente, em maio, a companhia investiu na compra de dólares para proteger os negócio do iminente colapso na Bolsa que a situação geraria.
Desde então, as operações cambiais da empresa passaram a ser alvo de investigação da CVM. Nesta manhã, as ações da JBF caem em torno de 4%.
No acordo de delação premiada, combinado com a Procuradoria Geral da República, Joesley recebeu o benefício de não ser preso em troca das informações que forneceu. O acordo causou perplexidade em vários setores do Judiciário, inclusive no próprio STF.