Negócios

SDE dá aval à operação entre Insinuante e Ricardo Eletro

A consolidação das duas redes varejistas resulta na holding Máquina de Vendas, o segundo maior grupo do setor no país

Loja da Insinuante: o caso segue agora para o Cade, que deve dar a decisão final (XANDO PEREIRA)

Loja da Insinuante: o caso segue agora para o Cade, que deve dar a decisão final (XANDO PEREIRA)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2011 às 13h11.

Brasília - A Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, acompanhou o parecer da Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), do Ministério da Fazenda, e recomendou a aprovação da operação envolvendo a rede de lojas Insinuante e a Ricardo Eletro sem restrições. A informação foi divulgada na edição de hoje do Diário Oficial da União (DOU). A consolidação das duas redes varejistas resulta na holding Máquina de Vendas, o segundo maior grupo do setor no País. A criação de mais esta gigante do varejo se soma à onda de formação de grandes conglomerados brasileiros.

Com o aval da SDE, o caso segue agora para o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Na autarquia, o caso já foi distribuído e a relatoria coube ao conselheiro Carlos Ragazzo, que ontem foi voto vencido na aprovação de um acordo para consolidar a fusão entre Sadia e Perdigão. O negócio entre as redes foi fechado em março do ano passado. Três meses depois, o grupo foi reforçado pela City Lar.

Para chegar à recomendação de aprovação do negócio, a Seae analisou 35 mercados em que as redes Insinuante e Ricardo Eletro atuam. Desse total, 23 municípios estão localizados na Bahia - onde foi verificada a possibilidade de haver concentração de mercado após a operação em nove cidades - e oito no Rio de Janeiro. De qualquer forma, a Secretaria não enxergou a existência de uma concentração exagerada. Muito dessa avaliação se deve a outros movimentos de fusão no setor nos últimos anos. O parecer da Seae cita como exemplos as uniões entre Pão de Açúcar com Ponto Frio e Casas Bahia e entre o Magazine Luiza com as Lojas Maia e Baú da Felicidade.

A Máquina de Vendas fica justamente apenas atrás do titã Pão de Açúcar, que aguarda uma decisão do Cade a respeito de suas últimas aquisições e que passou a ter 20% de market share do setor. Este deve ser o próximo caso de grande repercussão no Cade depois da novela da BRF Brasil Foods, fruto da união entre Sadia e Perdigão, que se arrastou por dois anos e se encerrou ontem. A rede Magazine Luiza, que tem uma fatia de 6% do mercado, também espera o aval do órgão antitruste para ver suas compras efetivadas.

Conforme o parecer da Seae, nos últimos dois anos, a estrutura do setor varejista se alterou "significativamente". "Muitos concorrentes passaram a fazer parte de grupos econômicos de maior porte, cujos poderes de compra foram aumentados", trouxe o documento.

Segundo a assessoria da Máquina de Vendas, o grupo possui faturamento de R$ 5,7 bilhões, 750 lojas espalhadas por todos os Estados, com exceção dos três do Sul, e no Distrito Federal. A projeção do faturamento do grupo para este ano é de R$ 6,3 bilhões e, para 2014, de R$ 10 bilhões. A meta para 2014 é atingir mil lojas com um quadro de funcionários formando 30 mil pessoas - atualmente são 21,3 mil. A expectativa de crescimento vai na esteira do aumento da renda dos brasileiros, principalmente dos que estão integrando a nova classe média do País.

Acompanhe tudo sobre:CadeComércioEmpresasFusões e AquisiçõesInsinuanteNegociaçõesVarejo

Mais de Negócios

Mesbla, Mappin, Arapuã e Jumbo Eletro: o que aconteceu com as grandes lojas que bombaram nos anos 80

O negócio que ele abriu no início da pandemia com R$ 500 fatura R$ 20 milhões em 2024

10 mensagens de Natal para clientes; veja frases

Ele trabalhava 90 horas semanais para economizar e abrir um negócio – hoje tem fortuna de US$ 9,5 bi