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Para Santander, mercados agem como se a crise já tivesse acabado

Os sinais de recuperação do primeiro semestre de 2009 não garantem que a crise financeira chegou ao fim

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Os indicadores de atividade das principais economias do mundo demonstraram gradual recuperação no segundo trimestre de 2009 - e, concomitantemente a esse crescimento, as principais bolsas mundiais têm se valorizado como se a crise financeira já fosse coisa do passado. No entanto, na opinião do banco Santander, os sinais de retomada não são garantias de que os resultados econômicos continuarão promissores nos próximos meses.

O índice Standard & Poor's da Bolsa de Nova York já subiu 44% em relação ao mês de março, atingindo 976 pontos. No mesmo período, o índice Ibovespa (principal indicador de desempenho das ações negociadas no mercado brasileiro) avançou para 54.000 pontos, quase o dobro da mínima de 30.000 pontos observada em outubro do ano passado. O preço das ações no Brasil e Estados Unidos (EUA) avançaram 10% em média nas últimas duas semanas.

O Santander lembra que todas essas valorização ocorreram a partir de níveis extremamente depreciados. Os índices S&P e Ibovespa, por exemplo, ainda estão 37% e 26% abaixo das máximas atingidas em 2008.

Além disso, segundo o Santander, o tamanho da crise gerou projeções excessivamente cautelosas que estão sendo facilmente superadas agora. "Daí a assumir que se consolidou uma dinâmica de crescimento é outra história", alerta o banco em relatório.

Outro resultado positivo dos bancos que pode ser considerado de certa forma ilusório pelo Santander está no aumento de negócios, de corretagens, nos ganhos de tesouraria e comissões decorrentes das bases de juros reduzidas com que as instituições financeiras estão trabalhando. Tudo isso obscurece, segundo o Santander, a inadimplência estrutural no mercado de crédito.

Já para o mercado brasileiro, o Santander é um pouco mais otimista. A instituição atribui à China os principais ganhos do país. "Não se pode negar que se a voracidade chinesa nas importações de nossas commodities persistir, o risco de se ter uma taxa de câmbio valorizada de forma sustentada é grande".
 

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