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Samsung lança Note 10 e tenta ser a vencedora da guerra China-EUA

Lucro dos smartphones caiu 40% no 2º trimestre, mas empresa pode se beneficiar com as principais concorrentes no centro de uma guerra comercial

Samsung: lançamento do Galaxy Note 10 vai marcar o sexto celular top de linha da empresa em 2019 (Andrew Kelly/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2019 às 06h34.

Última atualização em 7 de agosto de 2019 às 06h51.

Na guerra entre China e Estados Unidos , quem quer sair vencedora é a coreana Samsung . A empresa líder no segmento de smartphones anuncia nesta quarta-feira o celular top de linha Galaxy Note 10 em seu tradicional evento Unpacked, em Nova York, e tenta abrir o segundo semestre com a meta de se recuperar dos maus resultados do começo do ano.

A chegada do Note 10 acontece em um momento em que justamente os celulares mais caros causaram a queda de 42% no lucro do braço de celulares da Samsung no segundo trimestre, divulgado na semana passada.

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As vendas de smartphones cresceram na comparação com 2018, mas houve “um fraco momentum de vendas para o Galaxy S10 e uma demanda estagnada por produtos premium”, segundo a empresa.

A companhia coreana reportou  queda de 55% no lucro geral do segundo trimestre, que fechou em 5,6 bilhões de dólares (o lucro primeiro trimestre também já havia caído pela metade).

A Samsung havia fechado 2018 com queda de 9% nos celulares vendidos, assim como a Apple , cujas vendas caíram 3%, segundo a consultoria Gartner. Enquanto isso, a chinesa Huawei aumentou as vendas em mais de 30% em 2018, e ultrapassou no começo deste ano a Apple na vice-liderança do mercado.

Um dos planos da Huawei para o ano era passar também a Samsung e atingir a liderança mundial em smartphones. A guerra comercial, contudo, fez a chinesa rever as metas.

O presidente americano, Donald Trump, colocou a Huawei numa lista de empresas proibidas que vai impedi-la de usar o sistema Android, do Google, o que pode prejudicar o crescimento da empresa fora da China, em mercados como a Europa.

A Apple, por sua vez, tem quase toda sua produção na China, além de também vender celulares para o público chinês. Assim, perdeu mais de 40 bilhões de dólares em valor de mercado depois que Trump anunciou na semana passada novas sanções contra produtos chineses.

O lançamento do Note 10 acontece pouco mais de um mês antes de a Apple lançar seu iPhone 11 (produto que tentará salvar a glória dos iPhones, que responderam por menos da metade do faturamento da Apple no segundo trimestre).

Com as rivais ameaçadas, a Samsung tentará aparecer como melhor alternativa a Apple e Huawei e se manter na liderança mundial.

Só precisará, no meio do caminho, lidar com uma guerra comercial própria, ainda que menor: uma sentença da Coreia do Sul que obrigou empresas japonesas a pagarem por mão de obra escrava sul-coreana usada durante a Segunda Guerra Mundial irritou o Japão, que bloqueou fornecimento de materiais de tecnologia, como chips, para empresas sul-coreanas.

A Samsung afirma que tem estoque dos materiais e que o caso não vai impactar a operação. Na disputa geopolítica que tomou conta do mercado e smartphones, os coreanos esperam que seus problemas sejam menores do que os da concorrência.

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