Samsung desiste de separar atividades do grupo
Vivendo uma das maiores crises de sua história, empresa desistiu de dividir as operações
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de março de 2017 às 08h25.
Seul - A principal fabricante mundial de smartphones, Samsung Electronics , que atravessa uma das maiores crises de sua história, anunciou na sexta-feira que não vai separar as atividades do grupo, como havia divulgado em meio ao escândalo que resultou na destituição da presidente sul-coreana Park Geun-Hye, no início de março.
Ao desastre mundial que obrigou a Samsung a retirar do mercado a última geração de seus telefones, o Galaxy Note 7, cujas baterias apresentavam riscos de explosão, se somou o envolvimento de altos executivos da companhia no escândalo de corrupção que sacode o país asiático.
O vice-presidente da Samsung, Lee Jae-Yong, herdeiro do grupo, foi condenado por corrupção e está atrás das grades.
Depois do fiasco do Galaxy Note 7, a Samsung foi pressionada por acionistas a melhorar a gestão da empresa, que estudava uma separação em duas partes.
Mas o presidente do Conselho de Administração, Kwon Oh-Hyun, anunciou hoje, em uma assembleia geral da empresa, que a avaliação dos aspectos legais e fiscais dessa operação haviam permitido isolar "alguns efeitos negativos".
"No momento, parece difícil de implementar", disse, sem dar mais explicações.
A Samsung Electronics é a joia da coroa do grupo Samsung. O escândalo político no qual está envolvido o herdeiro do grupo gira em torno de Choi Soon-Sil, amiga íntima da ex-presidente Park, acusada de ter usado sua influência para obter quase US$ 70 milhões de diversos conglomerados.
Choi, de 60 anos, é acusada de intervir em assuntos de Estado, apesar de não ocupar cargo público, e de extorquir grandes empresas para obter dinheiro.
A Samsung é o principal grupo econômico do país, com um quinto do PIB sul-coreano e foi o mais generoso com as fundações de Choi.
A corporação é acusada de ter doado aproximadamente US$ 40 milhões em suborno à confidente da ex-presidente em troca de favores políticos.
Fonte: Associated Press.