Fundador da Samcil, Luiz Roberto Silveira Pinto: empresário foi encontrado morto no início do mês de abril (Divulgação)
Daniela Barbosa
Publicado em 3 de maio de 2011 às 08h33.
São Paulo – A Samcil, um dos mais antigos planos de saúde do país, tem até amanhã (29/4) para negociar a venda de sua carteira de clientes. A operadora possui mais de 190.000 beneficiários, todos concentrados na cidade de São Paulo e grande São Paulo.
Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que desde o começo deste ano acompanha de perto os passos da Samcil por conta dos seus graves problemas financeiros, se, até amanhã, não houver interessados em comprar a carteira de clientes da operadora, a companhia vai a leilão público a partir de segunda-feira (2/5).
A ANS afirma que, se mesmo no leilão, nenhuma empresa se interessar pela Samcil, os conveniados poderão mudar de operadora de saúde sem carência. Para isso, a agência recomenda que os clientes Samcil mantenham o pagamento das mensalidades em dia. A medida visa garantir a assistência aos beneficiários.
As companhias interessadas em adquirir a carteira da Samcil, de acordo com a ANS, terão que manter integralmente todas as condições de contratos, sem restrição, aos beneficiários do plano. Na última semana, a agência recebeu cerca de 70 reclamações diárias de clientes com dificuldades de utilizar o plano de saúde.
Crise
A Samcil foi fundada na década de 60, pelo médico Luiz Roberto Silveira Pinto. A companhia já foi uma das maiores do país no segmento que atua, voltado para as classes C e D. A fama da companhia era tanta, que entre as décadas de 70 e 80, a Samcil chegou até a negociar seus papéis na bolsa de valores.
Desde 2008, sérios problemas financeiros e de administração reduziram de o número de beneficiários da Samcil, fazendo com que a companhia assumissem dívidas milionárias e colocasse à venda três dos seus inço hospitais. O ápice da crise, no entanto, ocorreu há pouco mais de 20 dias, quando seu fundador foi encontrado morto com um tiro no peito.