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Rocket Internet aposta em novos mercados online

Companhia alemã se apressa para ganhar clientes em mercados emergentes antes que Amazon e Alibaba a alcancem


	Centro de distribuição da Dafiti, em Jundiaí: Rocket Internet é a controladora da varejista de moda do Brasil
 (Luísa Melo/Exame.com)

Centro de distribuição da Dafiti, em Jundiaí: Rocket Internet é a controladora da varejista de moda do Brasil (Luísa Melo/Exame.com)

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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2014 às 16h26.

Cingapura/Moscou/Berlim - A alemã Rocket Internet enfrenta desafios logísticos importantes e aumento da concorrência em várias partes do mundo, enquanto se apressa para ganhar clientes em mercados emergentes antes que gigantes do e-commerce como Amazon e Alibaba a alcancem.

Isso implica acúmulo de prejuízos, conforme a empresa de venture capital se prepara para lançar uma oferta inicial (IPO) de ações neste mês, que irá ajudá-la a engordar o caixa para construir e defender o que espera ser o maior império de compras online fora dos Estados Unidos e China.

No Brasil, a Rocket Internet controla a varejista de moda Dafiti. Na véspera, anunciou planos de uni-la a outras quatro marcas de moda que tem em mercados emergentes numa empresa avaliada em 2,7 bilhões de euros (3,6 bilhões de dólares) e simplificar a estrutura antes de uma provável listagem em bolsa.

Com a investida, a Rocket Internet e a Kinnevik, companhia sueca de investimentos que detém uma fatia de 18 por cento na empresa com sede em Berlim, vão combinar a Lamoda na Rússia, Dafiti no Brasil, Jabong na Índia, Zalora no sudeste asiático e Namshi no Oriente Médio, numa única entidade, a GFG.

O presidente-executivo da Rocket Internet, Oliver Samwer, que fundou a empresa em 2007 com os irmãos Alexander e Marc, vê grandes oportunidades para negócios digitais em mercados emergentes, observando que as cidades com os usuários mais ativos do Facebook são Bangcoc, Jacarta e Istambul - com nenhuma cidade norte-americana no ranking das dez mais.

"Nós gostamos de colecionar países, pequenos mercados em conjunto que podem criar um gigante", disse ele numa conferência de varejo em junho.

Os oito maiores empreendimentos de comércio eletrônico da Rocket em mercados emergentes -incluindo a Lamoda, Dafiti e Zalora- somaram vendas de 539 milhões de euros (708 milhões de dólares) em 2013 e prejuízo operacional de 351 milhões de euros.

A gigante chinesa Alibaba, em comparação, teve receita de 2,54 bilhões de dólares no segundo trimestre. O lucro líquido atribuível aos acionistas ordinários quase triplicou para 1,99 bilhão de dólares.

Os negócios da Rocket estão crescendo rapidamente: a receita subiu 74 por cento em 2013 e a companhia captou mais de 1 bilhão de euros de uma série de investidores de alto perfil.

Mas a Rocket tem pedras no caminho, sobretudo a concorrência da chinesa Alibaba, que em breve receberá uma vultosa injeção financeira com sua abertura de capital, busca novas oportunidades fora de seu mercado doméstico.

A estratégia da Rocket é identificar nichos onde grandes competidores ainda não se estabeleceram, cortando suas perdas se o ambiente competitivo se mostrar muito feroz, como fez em 2012, quando fechou as operações na Turquia.

A Dafiti é a 16a companhia do mercado de e-commerce brasileiro, mas é a primeira em moda online. Na Rússia, a Lamoda está no 15o lugar, sendo a número 2 em moda.

"Eles são inteligentes para entrar em mercados onde a maioria dos outros grandes competidoes não têm presença e (em outros lugares) completam as ofertas do Alibaba e Amazon", disse a diretora da consultoria Forrester, Zia Wigder.

"No Brasil há muitas empresas que vendem produtos eletrônicos de consumo, mas a área de vestuário é muito menos explorada." As bandeiras de moda online da Rocket estão investindo na construção de marcas próprias e gastos de publicidade.

A empresa também está investindo pesado na construção de armazéns e desenvolvimento de redes de distribuição, incluindo Vietnã, Tailândia e Nigéria, que contam com fraca infraestrutura local.

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