A fabricante de cosméticos Natura obteve um crescimento anual de lucro de 20% e um Ebitda (lucro antes de impostos e amortizações) 30% maior no quarto trimestre em relação ao mesmo período. Os números foram considerados em linha com as expectativas das corretoras Ativa e Brascan. Às 15h05, as ações ordinárias da empresa eram negociadas a 21,50 reais, uma alta de 2,38%.

Rodrigo Ferraz, analista da Brascan, acredita que as piores condições macroeconômicas tenham impulsionado o consumo de produtos de menor valor agregado e sem tanta dependência de vendas a crédito, como os da Natura.

"Acreditamos que os maiores investimentos em marketing, além de uma melhor gestão do portfólio de produtos da companhia, também tenham contribuído para impulsionar as vendas da empresa", reforçou.

Para a equipe da Ativa, por sua vez, os fortes resultados mostraram, pelo segundo trimestre consecutivo, os efeitos positivos de estratégias da Natura, sendo que o crescimento de vendas não sinalizou qualquer pressão causada pelo cenário econômico adverso.

Perspectivas

A corretora destacou ainda o fato de que a empresa encerrou o ano de 2008 com baixo endividamento e posição confortável de caixa, além de ter conseguido atingir sua própria estimativa de 23% referente à margem Ebitda.

"Apesar do cenário desfavorável ao consumo neste início de ano, acreditamos que a empresa possa obter desempenho positivo frente às demais do setor de consumo e varejo", explicou Luciana Leocadio, analista da Ativa.

Uma perspectiva positiva para a companhia é trazida também pela Brascan, que espera um bom crescimento nas vendas da Natura tanto no mercado interno quanto no exterior. Por outro lado, uma redução na margem Ebitda é esperada, por causa da estratégia de investir 400 milhões de reais em marketing entre 2008 e 2010.

Mesmo com as projeções ao seu favor, a ação da empresa recebeu da Brascan recomendação de "abaixo da média do mercado", com preço-alvo a R$ 23,57 por ação, correspondendo a um potencial de valorização de 12,2%.