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Restaurante processa Trump e seu hotel por concorrência desleal

Os donos do "Cork Wine Bar" afirmam que só existem três opções para resolver a disputa. Uma delas seria a renúncia do presidente americano

Ação: proprietários não estão buscando uma reparação econômica por suas possíveis perdas (Kevin Lamarque/Reuters)

Ação: proprietários não estão buscando uma reparação econômica por suas possíveis perdas (Kevin Lamarque/Reuters)

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EFE

Publicado em 9 de março de 2017 às 15h07.

Washington - Um restaurante especializado em vinhos processou por concorrência desleal nesta quinta-feira o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu hotel em Washington, que conta com bar e vários estabelecimentos gastronômicos, no Tribunal Superior do Distrito de Columbia.

Os donos do restaurante "Cork Wine Bar", Khalid Pitts e Diane Gross, explicaram hoje em entrevista coletiva que a ação é voltada diretamente contra o presidente e o Trump International Hotel, situado na Antigo Escritório dos Correios em Washington.

A Constituição dos Estados Unidos estabelece que o presidente goza de imunidade e não pode ser processado pelas decisões que toma durante sua atuação na Casa Branca, mas seu nome pode sim aparecer em processos que se dirijam contra suas ações pessoais ou os negócios nos quais esteja envolvido.

Em sua ação, os donos do "Cork Wine Bar" alegam que o hotel de Trump não só concorre pela clientela habitual, mas especialmente pelos funcionários e visitantes de governos estrangeiros e integrantes de grupos de lobby que buscam fazer negócios com o presidente e influir em suas decisões.

"Em Washington, o povo sempre está tentando conseguir favores do governo e agora o hotel de Trump se transformou no centro de tudo isso", disse Khalid Pitts à imprensa.

Khalid Pitts e Diane Gross fundaram o "Cork Wine Bar" em 2008, quando não havia muitos restaurantes na rua 14, transformada agora em uns dos centros nervosos da capital.

Com o tempo, seu restaurante se tornou o ponto de encontro de diplomatas estrangeiros, funcionários do governo e trabalhadores de organizações internacionais como o Banco Mundial (BM), uma clientela que agora prefere o hotel de Trump, segundo os litigantes.

"Quando fundamos nosso negócio, não havia muitos restaurantes, mas agora as opções aumentaram muitíssimo. Estamos acostumados com a concorrência, mas há um estabelecimento que não está jogando limpo. E este é o hotel de Trump, seus bares e restaurantes. Isto é concorrência desleal", considerou Diane Gross.

Os proprietários, no entanto, não estão buscando uma reparação econômica por suas possíveis perdas, segundo consta na ação.

Os litigantes afirmam que só existem três opções para resolver a disputa por concorrência desleal: a renúncia do presidente, sua desvinculação dos negócios ou o fechamento do Trump International Hotel enquanto o milionário nova-iorquino se mantiver no poder.

Os donos do restaurante consideram que existe um "conflito de interesses" entre Trump e seus negócios, e acusam o governo de usar seu poder para fazer publicidade para o hotel e aumentar seus lucros.

O processo cita as aparições de Trump nos restaurantes do hotel e menciona comentários do porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, que em 19 de janeiro - um dia antes da posse de Trump - disse: "É um hotel absolutamente impressionante, eu recomendo se ainda não esteve lá".

Trump cedeu o controle de seus negócios a um colaborador e a seus dois filhos adultos, Trump Jr. e Eric Trump, mas se mantém como proprietário da Trump Organization, que inclui o hotel.

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