Renault quer modelo US$5.500 para mercado indiano
Gerard Detourbet assumiu uma nova missão na montadora de desenvolver um programa de veículos mais baratos para a Índia
Da Redação
Publicado em 17 de dezembro de 2012 às 10h12.
Paris - O investimento da Renault em carros de baixo custo, que manteve a montadora francesa à tona enquanto o mercado europeu se afoga em perdas, pode ajudar a empresa a enfrentar concorrentes fora do velho continente.
Essa é a estratégia de Gerard Detourbet, o homem por trás do Logan e outros modelos de "entrada" da Renault, que tem uma nova missão: desenvolver um programa de veículos mais baratos para a Índia que possa competir com a Maruti Suzuki e a Hyundai.
Se ele conseguir cumprir o desafio lançado pelo presidente da Renault-Nissan, Carlos Ghosn, isso poderá dar à aliança uma nova arma para minar rivais em mercados emergentes ao redor do mundo.
Detourbet, de 66 anos, mudou-se para Chennai no início deste ano e vêm construindo uma rede de fornecedores indianos e um time de executivos locais, incluindo vários que antes trabalhavam para concorrentes.
"Não nos estabelecemos para tirar gente da concorrência, mas acontece que eles, algumas vezes, vêm até nós da Suzuki e Hyundai", disse Detourbet em entrevista recente.
A Suzuki detém controle sobre o mercado indiano, com modelos de sua subsidiária Maruti com preços a partir de 250 mil rúpias (5.600 dólares) e somando 1 milhão de licenciamentos por ano em um mercado de 2,6 milhões. A Hyundai também ingressou com força no mercado, com o modelo compacto Eon e preço de cerca de 300 mil rúpias.
Segundo a Renault, a nova plataforma de modelos compactos na Índia vai oferecer carros com interior mais espaçoso por um preço similar e vai produzir pelo menos um modelo adicional para a Nissan, disse Detourbet.
A Renault-Nissan tem cerca de 3 por cento de participação de mercado na Índia.
A produção de um carro na faixa dos 5.500 dólares do Eon fornecerá à Renault condições para ingressar em segmentos de rendas mais baixas de mercados como Brasil e Rússia, rivalizando com ofertas de marcas como Volkswagen e General Motors.
"A Índia é o único país onde você começa a ver carros modernos a este nível de preço", disse Detourbet. "Assim que você vai à guerra contra a melhor montadora de carros baratos do mundo, você pode ir para outro país onde não exista uma Maruti Suzuki e ficar relativamente confortável." Depois de ingressar na Renault em 1971, o Detourbet entrou para o alto escalão da montadora nos anos seguintes. Em 2000, o ex-presidente da Renault, Louis Schweitzer, pediu para ele criar um programa de carros de baixo custo par ao grupo.
Modelos derivados do Logan como o utilitário Duster e a minivan Lodgy se tornaram desde então uma fonte de receitas, ajudando a Renault a evitar o tipo de cortes de empregos e fechamentos de fábricas anunciados pela PS Peugeot Citroen.
Graças em grande parte do Duster, vendido por 12 mil euros, a Renault teve um lucro modesto na divisão de veículos entre janeiro e junho, com quase metade de suas entregas globais ocorrendo fora da Europa. A Peugeot, que ainda depende da região para 61 por cento de suas vendas, teve prejuízo de 662 milhões de euros.
Para o projeto indiano, Detourbet foi escolhido mais uma vez para o que, devido a sua idade, pode ser sua última grande missão para a Renault no exterior. O novo programa pode lançar seu primeiro carro no final de 2014, disse ele.
Mas o executivo sorriu quando perguntado se ele poderia dizer a Ghosn que a ideia poderia não dar certo. "Eu tenho a impressão de que isso seria difícil", afirmou.
Paris - O investimento da Renault em carros de baixo custo, que manteve a montadora francesa à tona enquanto o mercado europeu se afoga em perdas, pode ajudar a empresa a enfrentar concorrentes fora do velho continente.
Essa é a estratégia de Gerard Detourbet, o homem por trás do Logan e outros modelos de "entrada" da Renault, que tem uma nova missão: desenvolver um programa de veículos mais baratos para a Índia que possa competir com a Maruti Suzuki e a Hyundai.
Se ele conseguir cumprir o desafio lançado pelo presidente da Renault-Nissan, Carlos Ghosn, isso poderá dar à aliança uma nova arma para minar rivais em mercados emergentes ao redor do mundo.
Detourbet, de 66 anos, mudou-se para Chennai no início deste ano e vêm construindo uma rede de fornecedores indianos e um time de executivos locais, incluindo vários que antes trabalhavam para concorrentes.
"Não nos estabelecemos para tirar gente da concorrência, mas acontece que eles, algumas vezes, vêm até nós da Suzuki e Hyundai", disse Detourbet em entrevista recente.
A Suzuki detém controle sobre o mercado indiano, com modelos de sua subsidiária Maruti com preços a partir de 250 mil rúpias (5.600 dólares) e somando 1 milhão de licenciamentos por ano em um mercado de 2,6 milhões. A Hyundai também ingressou com força no mercado, com o modelo compacto Eon e preço de cerca de 300 mil rúpias.
Segundo a Renault, a nova plataforma de modelos compactos na Índia vai oferecer carros com interior mais espaçoso por um preço similar e vai produzir pelo menos um modelo adicional para a Nissan, disse Detourbet.
A Renault-Nissan tem cerca de 3 por cento de participação de mercado na Índia.
A produção de um carro na faixa dos 5.500 dólares do Eon fornecerá à Renault condições para ingressar em segmentos de rendas mais baixas de mercados como Brasil e Rússia, rivalizando com ofertas de marcas como Volkswagen e General Motors.
"A Índia é o único país onde você começa a ver carros modernos a este nível de preço", disse Detourbet. "Assim que você vai à guerra contra a melhor montadora de carros baratos do mundo, você pode ir para outro país onde não exista uma Maruti Suzuki e ficar relativamente confortável." Depois de ingressar na Renault em 1971, o Detourbet entrou para o alto escalão da montadora nos anos seguintes. Em 2000, o ex-presidente da Renault, Louis Schweitzer, pediu para ele criar um programa de carros de baixo custo par ao grupo.
Modelos derivados do Logan como o utilitário Duster e a minivan Lodgy se tornaram desde então uma fonte de receitas, ajudando a Renault a evitar o tipo de cortes de empregos e fechamentos de fábricas anunciados pela PS Peugeot Citroen.
Graças em grande parte do Duster, vendido por 12 mil euros, a Renault teve um lucro modesto na divisão de veículos entre janeiro e junho, com quase metade de suas entregas globais ocorrendo fora da Europa. A Peugeot, que ainda depende da região para 61 por cento de suas vendas, teve prejuízo de 662 milhões de euros.
Para o projeto indiano, Detourbet foi escolhido mais uma vez para o que, devido a sua idade, pode ser sua última grande missão para a Renault no exterior. O novo programa pode lançar seu primeiro carro no final de 2014, disse ele.
Mas o executivo sorriu quando perguntado se ele poderia dizer a Ghosn que a ideia poderia não dar certo. "Eu tenho a impressão de que isso seria difícil", afirmou.