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Renault entregou conclusões de auditoria de caso Ghosn à Justiça

O executivo e ex-chefe da aliança da montadora com a Nissan é acusado no Japão de várias práticas ilícitas nas empresas

Carlos Ghosn: executivo é investigado por práticas ilegais (Takashi Aoyama/Getty Images)
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AFP

Publicado em 12 de julho de 2019 às 15h29.

A Renault anunciou que entregou à Justiça francesa as conclusões da auditoria realizada com sua parceira Nissan sobre sua filial holandesa RNBV, no contexto de uma investigação contra seu ex-chefe Carlos Ghosn .

O grupo francês, cujo escritório central foi revistado duas vezes nos últimos dez dias, "enviou, a pedido da Procuradoria de Nanterre, o relatório final do escritório Mazars sobre a RNBV", declarou a fabricante em um comunicado.

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O fabricante francês garante que "coopera plenamente com as autoridades judiciais".

Durante uma busca realizada na quarta-feira na sede da Renault em Boulogne-Billancourt, perto de Paris, os investigadores do Escritório central de combate à corrupção e delitos financeiros e fiscais (Oclciff) apreenderam computadores, telefones celulares e tablets usados por assistentes de Carlos Ghosn, o ex-chefe da aliança Renault-Nissan, acusado no Japão de várias práticas ilícitas.

O empresário de 65 anos é alvo de uma investigação preliminar aberta pela Procuradoria de Nanterre (subúrbios de Paris). A justiça está interessada em duas festas organizadas no Palácio de Versalhes em troca de um contrato de patrocínio entre a marca e o estabelecimento que administra o castelo.

A primeira foi organizada em 27 de março de 2014 por Carlos Ghosn para comemorar seu aniversário de 50 anos, sob o pretexto de celebrar os quinze anos da aliança Renault-Nissan.

A segunda, que data de outubro de 2016, foi organizada para o casamento de Carlos Ghosn com sua esposa Carole.

A investigação foi estendida a transferências de fundos suspeitas entre a Renault e seu distribuidor em Omã, a Suhail Bahwan Automobiles (SBA).

A Renault anunciou em 5 de junho que considerava mover processos contra seu ex-dirigente depois de detectar 11 milhões de euros de "despesas suspeitas" na subsidiária RNBV, graças à auditoria da Mazars.

A RNBV foi a estrutura criada por Ghosn para incorporar a aliança dos dois fabricantes no nível operacional. Há vários meses, a Nissan acusa essa estrutura de mascarar despesas pessoais.

De acordo com uma fonte familiarizada com o assunto, a auditoria da Mazars menciona pagamentos suspeitos ao ex-ministro da Justiça Rachida Dati e ao criminologista francês Alain Bauer. Uma investigação preliminar destinada a essas duas personalidades foi aberta em 31 de maio.

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