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Remessas dos diretores da Camargo Corrêa somam R$ 20 mi, diz MPF

Segundo a Polícia Federal, membros da empresa estariam envolvidos em crimes de evasão de divisas e formação de quadrilha

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A Polícia Federal realizou nesta quarta-feira (25) uma operação de busca e apreensão na sede administrativa do grupo empresarial Camargo Corrêa, como parte das investigações do caso batizado de Castelo de Areia. Segundo a PF, membros da empresa estariam envolvidos em crimes de evasão de divisas e formação de quadrilha.

Ao todo, dez pessoas foram presas, sendo quatro diretores do grupo, duas secretárias e quatro doleiros, sob a acusação de realizarem crimes financeiros e lavagem de dinheiro. José Alberto Iegas, delegado Regional de Combate ao Crime Organizado, afirmou que os diretores da companhia enviavam dólares a paraísos fiscais através de empresas laranjas.

Segundo o Ministério Público Federal, as remessas de dólares ao exterior somam ao menos 20 milhões de reais.

Os doleiros envolvidos foram presos em seu escritório no Rio de Janeiro, onde a PF apreendeu mais de 1,5 milhões de reais de origem "duvidosa".

Em São Paulo, a polícia apreendeu documentos, mídias, arquivos de computadores e cofres. Foi decretada prisão temporária para as duas secretarias e um dos diretores. Para as outras sete pessoas, a prisão é preventiva.

Iegas afirmou também que, por enquanto, não há indícios de participação de outras empresas nos crimes financeiros nem de real envolvimento da Camargo Corrêa nas operações ilegais. Por ora, há apenas um inquérito instaurado por evasão de divisas e formação de quadrilha, mas a descoberta de outros crimes não foi descartada.

Em nota, o Ministério Público Federal explicou que a investigação começou após uma denúncia anônima em janeiro do ano passado, relatando a associação entre diretores da construtora e doleiros para evasão de divisas, câmbio ilegal e lavagem de dinheiro, com uso de documentos falsos e laranjas.

Segundo o Ministério Público, haveria ao menos uma obra superfaturada: a construção de uma refinaria em Pernambuco. Além disso, há doações ilegais e declaradas do grupo para partidos políticos. Apesar de afirmar a necessidade de apurar as pessoas e campanhas beneficiárias, a nota diz que interceptações telefônicas indicam que pelo menos três partidos receberam doações.

Outro lado

A Camargo Corrêa afirmou estar perplexa diante da operação da PF e diz que cumpre "rigorosamente com todas as suas obrigações legais, gerando mais de 60 mil empregos no Brasil e em 20 países em que atua".

O grupo reforçou a confiança depositada em seus diretores e funcionários, repudiando a forma como foi realizada a ação da polícia, por entender que constrangeu a companhia e trouxe "incalculáveis prejuízos à imagem de suas empresas".

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