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Receitas de dados da TIM devem superar as de voz em 2016

"Dados devem passar a ser nossa principal receita", disse o presidente-executivo da operadora


	Loja da TIM no Rio de Janeiro: "dados devem passar a ser nossa principal receita"
 (Lianne Milton/Bloomberg)

Loja da TIM no Rio de Janeiro: "dados devem passar a ser nossa principal receita" (Lianne Milton/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2016 às 11h29.

Rio de Janeiro - O presidente da TIM Participações, Rodrigo Abreu, disse nesta sexta-feira que as receitas de dados da operadora devem superar o faturamento com voz este ano, após a empresa ter divulgado na véspera alta do lucro líquido no quarto trimestre.

"Esperamos que o ritmo (de alta na receita de dados) ao longo do tempo diminua da casa de 40 ou 50 por cento, mas ainda esperamos crescimento significativo, da ordem de dois dígitos ao longo de 2016", disse o executivo em teleconferência com analistas e jornalistas. "Dados devem passar a ser nossa principal receita (este ano)", completou.

Em 2015, os serviços de dados passaram a representar 38 por cento da receita líquida de serviços móveis da TIM, alta de 7 pontos percentuais na comparação com 2014, de acordo com o balanço da operadora divulgado na véspera.

A TIM teve lucro líquido de 475,6 milhões de reais no quarto trimestre, avanço de 3,3 por cento na comparação anual, beneficiada pela venda de torres de telecomunicações. As receitas de serviços somaram 3,88 bilhões de reais no período, queda de 7,6 por cento ano contra ano.

Consolidação

O presidente da TIM voltou a comentar a possibilidade de consolidação no setor de telecomunicações brasileiro. Segundo ele, a TIM não recebeu até agora qualquer proposta da rival Oi para uma eventual união.

"Não recebemos nenhum tipo de proposta, não estamos em negociação", reafirmou o executivo.

No início de janeiro, duas fontes com conhecimento direto do assunto disseram à Reuters que a Oi havia iniciado conversas com a TIM para uma potencial fusão, com discussões inicialmente focadas em questões de governança.

O Conselho da Telecom Italia, que controla a TIM, e o presidente-executivo da Oi, Bayard Gontijo, estariam liderando as conversas, que também consideram possíveis mudanças nas regras da indústria de telecomunicações brasileira que podem favorecer a união, disseram as fontes.

O governo federal estuda implantar um novo marco para a regulação das concessões de telefonia fixa no país, o que teria impacto direto nas operações da Oi, maior concessionária no Brasil. A empresa afirma que, dentro das regras atuais, tem obrigações excessivas com o serviço.

Uma consulta pública sobre o tema foi realizada pelo Ministério das Comunicações no mês passado e um grupo de trabalho foi criado para apresentar nas próximas semanas diferentes cenários para dar andamento ao tema. Na opinião de Abreu, foi um importante avanço a instauração da consulta pública. O executivo evitou divulgar uma expectativa sobre quando o processo deve ser concluído.

"É muito difícil saber quando vai acontecer. O trâmite de mudança de lei em Congresso pode demorar três meses ou um ano. É difícil prever", disse.

"Mas houve a sinalização do poder público (...) de que é tema que será enfrentado ao longo deste ano para permitir investimentos do setor." O executivo também foi questionado por jornalistas sobre um eventual interesse da TIM na aquisição da Nextel Brasil.

"A TIM tem um plano bastante intenso de crescimento orgânico que está sendo executado, é assim que temos atuado", disse. "Mas isso não exclui a possibilidade de, em surgindo uma oportunidade, a TIM fazer análises."

Texto atualizado às 12h29.

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