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Transportadora faz entregas com helicópteros para vencer o trânsito paulistano

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

Sexta-feira, 5 de julho, véspera de feriado prolongado. No meio da tarde, o trânsito de São Paulo já começa a se complicar. Imagine se você estivesse no Pavilhão de Exposições do Anhembi, na zona norte, e precisasse entregar uma encomenda no check-in do aeroporto de Congonhas, na zona sul, no menor tempo possível. Foi esse o desafio que EXAME SP propôs à Pigatto Transporte Super Expresso, empresa gaúcha que atua na capital desde 1995. A transportadora é pioneira em fazer entregas com um veículo à prova de trânsito: o helicóptero.

Para comparar os diferentes meios de transporte, um motorista e um motoqueiro fizeram o mesmo trajeto. Assim como o mensageiro no helicóptero, eles partiram do portão 15 do Anhembi às 15h06. Em menos de cinco minutos, a aeronave decolou do Campo de Marte, vizinho do Anhembi. De lá até Congonhas, o tempo de vôo foi de apenas sete minutos, mas os traslados internos no aeroporto fizeram com que a operação toda durasse 24 minutos. O motoqueiro, ziguezagueando entre os automóveis, chegou a Congonhas em 30 minutos. Já o motorista não teve a menor chance: demorou 53 minutos para completar o percurso.

A diferença parece muito pequena, quase desprezível. "Cinco minutos valem muito numa operação como essa", afirma Alexandre Luís Pigatto, diretor da transportadora. "Podem significar perder um embarque de avião, por exemplo." Se o helicóptero é o mais rápido e seguro, é também proporcionalmente muito mais caro: custa 1 800 reais, contra 100 do carro e 40 da moto. "Num trajeto curto, o helicóptero não é tão competitivo. Mas tudo depende do tamanho da necessidade", afirma Pigatto. Sua empresa começou a usar esse meio de transporte em 1999 para atender às linhas de produção que não podiam parar à espera de peças -- o prejuízo nesses casos seria muito maior do que o valor que se paga pelo uso da aeronave.

A Pigatto tem entre seus clientes a Federal Express e a TNT Logistics, duas das maiores empresas de entregas do mundo. A Grande São Paulo representa 40% das cerca de 2 000 operações mensais da transportadora. As emergências representam 7% dos negócios na região metropolitana -- contra 1,5% no resto do país. "Numa cidade caótica como São Paulo, nosso trabalho é assumir o estresse dos outros", diz Pigatto. Muitas vezes, funcionários da empresa -- de gerentes a office-boys -- são escalados para abandonar suas funções e embarcar num vôo comercial para fazer uma entrega. O próprio Pigatto já teve de deixar sua bagagem no aeroporto para levar a encomenda de um cliente até Porto Alegre.

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