Exame Logo

Quinto Andar e startup da Cyrela lançam vaquinha para pagar aluguel

A ideia é arrecadar, por meio de um aplicativo, recursos com amigos e familiares para o pagamento de alguns meses de aluguel ou parte da entrada na compra

Mude.me: Além da Cyrela, o aplicativo permite arrecadar dinheiro para a compra de apartamentos em outras incorporadoras (Germano Lüders/Exame)

Karin Salomão

Publicado em 14 de setembro de 2020 às 08h00.

Última atualização em 14 de setembro de 2020 às 12h31.

A Mude.me, startup criada pelo grupo Cyrela, acredita que um empurrão de amigos e familiares no começo da vida pode ajudar muito. Por isso, ela oferece uma plataforma de financiamento coletivo, ou vaquinha, para ajudar a dar entrada em um apartamento novo. Agora, a empresa firmou uma parceria com QuintoAndar para ampliar a vaquinha também para o pagamento de aluguel.

Criada no ano passado, a inspiração para a Mude.me é a lista de presentes de casamento - inicialmente a startup também focou nesse público, de casais iniciando a vida a dois. Com o cancelamento das festas de casamento em 2020, ampliou seu público para outras pessoas em momentos de mudança de vida. De acordo com Guilherme Sawaya, fundador da Mude.me, o aplicativo é mais usado por pessoas nas classes C e B. Até hoje a startup recebeu 3.500 clientes.

Veja também

"Percebemos que quando as pessoas se juntam conseguem alcançar objetivos maiores", diz. Segundo ele, há diversos consumidores em potencial que estariam interessados em comprar ou alugar um apartamento, mas não têm condições de dar uma entrada ou de bancar os primeiros aluguéis. "Muitas pessoas adiam os sonhos, de se mudar com um parceiro, por exemplo, por não conseguir os recursos", afirma Sawaya.

A ideia é arrecadar, por meio de um aplicativo, recursos com amigos e familiares. Por meio de objetivos, como algumas semanas de aluguel ou metros quadrados da casa, os usuários podem acompanhar seus objetivos. Também é possível usar o valor em reformas ou compra de móveis.

Além da Cyrela, o aplicativo permite arrecadar dinheiro para a compra de apartamentos em outras incorporadoras, como Diálogo Engenharia, Hausbau, Living, Mundo Apto., Nortis, Setin, RZK, SKR Arquitetura, Trisul, Vibra Residencial, Vitacon, Vivaz e You,Inc. No caso da parceria com a Quinto Andar, o débito do aluguel pode ser automático da conta feita pela Mude.me.

Ao contrário de algumas listas de casamento, em que o consumidor paga uma taxa ao site sobre o valor arrecadado, na Mude.me não há cobrança do usuário. No caso da parceria com a Quinto Andar, ela paga uma taxa para a Mude.me pela geração de clientes. O mesmo acontece com a parceria com outras incorporadoras, no caso das vaquinhas para as entradas nos apartamentos.

Outras divisões e fintechs

A Mude.me não é a única startup a surgir dentro da Cyrela. Há três anos, a fintech CashMe foi criada por dois executivos que já trabalhavam há mais de uma década na incorporadora. A ideia é ser uma empresa de empréstimos com imóveis como garantia. De três funcionários passou para mais de 80 e hoje tem uma carteira de 500 milhões de reais em empréstimos, com planos de chegar a 800 milhões de reais até o final do ano.

Além das pessoas físicas, a fintech atende também o público corporativo, como empresas que precisam de capital de giro e podem oferecer uma laje de escritórios como garantia, por exemplo. "Muitos empresários pequenos e PMEs precisaram de capital de giro nesses meses e podem oferecer imóvel como garantia", diz Paulo Gonçalves, cofundador da fintech CashMe. "O brasileiro tinha uma aversão a dar o imóvel como garantia, mas temos conseguido mostrar que é um empréstimo com um prazo de pagamento estendido e com taxas melhores de juros", afirma o empreendedor.

A Cyrela também tem apostado no IPO de subsidiárias. No início do mês, a Lavvi, sua subsidiária de alto padrão, fez a abertura de capital na bolsa e levantou 1 bilhão de reais, a 9,50 reais por ação. O preço ficou abaixo da faixa esperada entre 11 e 14,50 reais. A Plano&Plano, empresa com a qual a Cyrela tem uma joint venture para o segmento de Minha Casa Minha Vida, e a Cury, construtora na qual a Cyrela é sócia, também estariam estudando ir pelo mesmo caminho.

A Cyrela atingiu 2,17 bilhões de reais em vendas no primeiro semestre do ano, queda de 27%, e lucro líquido de 96 milhões de reais, ante 162 milhões de reais no mesmo período do ano anterior.

Acompanhe tudo sobre:aluguel-de-imoveisCyrelafinanciamento-de-imoveisFintechs

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Negócios

Mais na Exame